Exemplo
Parece que Passos é um ludibriador e viajar em económica ou executiva é o mesmo porque não paga bilhete. Não vou recorrer ao argumento de que um bilhete oferecido na TAP não implica inexistência de custos para o contribuinte, tampouco vou questionar o porquê de os bilhetes na TAP serem oferecidos - nem uma taxinha moderadora? A privatização da companhia de bandeira vai ser uma infelicidade -, mas quer-me parecer que tal coisa só reforça o simbolismo do acto. O que os jornalistas deviam interrogar-se e informar-nos era: quantos, pagando, vão continuar a viajar em executiva? Porque o exemplo do primeiro-ministro pode e deve ser utilizado pelos eleitores e meios de comunicação social para exercer pressão sobre quem ocupa cargo público e mostra-se esbanjador dos recursos que tem à disposição. Mas nota-se que não há grande vontade de induzir mudanças de comportamento e é contra este estado de coisas - que conta com a complacência de certos jornalistas - que quem quer que venha com um espírito reformista terá de lutar. Também não me esqueço como, deixando meia história por contar, Miguel Portas foi desacreditado com uma fotografia tirada por um outro colega eurodeputado e logo exposta nos meios de comunicação social. Se isto é assim por causa de umas viagenzinhas em executiva, imagino o que não será quando/se tocarem noutros benefícios bem mais escandalosos.