Acabar um ano triste em clima de diversão
«O livro sobre quem paga o Estado social coordenado pela historiadora Raquel Varela tem tido uma recepção desigual: bem aceite pelo público, é normalmente ignorado pelos economistas que dominam o debate em Portugal». A sério, só esta frase que cito e que abre este artigo a propósito de uma conversa de colegas de blogue é de partir o coco a rir. Já estou como o Nicolaço: «A historiadora Raquel Varela, que só pela especialidade está visto ser a pessoa mais indicada para coordenar um livro sobre quem paga o Estado social, é uma ilustre desconhecida para a maioria dos portugueses. Mas não devia ser uma ilustre desconhecida para o Governo». Reconheçamos, com tantos problemas que o atormentam, não ficaria mal que propiciassem a Vítor Gaspar um momento de verdadeiro divertimento. De resto, o título da entrevista só por si diz tudo o que é preciso saber sobre os conhecimentos económicos da historiadora: «Um dos grandes objectivos da troika é aproximar-nos da China». Por onde começar? Nem vale a pena começar, é dar-lhe deste já o crachá «tu também me saíste uma grande Baptista da Silva» e acabar desde logo com a conversa. Muito sinceramente, a todos os artistas de esquerda, incluindo estes, que decidiram reunir-se neste final de ano para me proporcionar alguns momentos de verdadeira diversão, o meu muito obrigado.