Derrotar a máquina
Nas próximas autárquicas muito se falará de uma mais que provável penalização dos candidatos do PSD/CDS pela política que o executivo nacional da mesma cor está a praticar. Compreendo e até acho natural que em muitos casos isso aconteça. Menos natural, mas igualmente compreensível, seria que os eleitores na hora de votar recordassem o que o PS fez ao país e aplicassem aos seus candidatos igual penalização à que pretendem aplicar na "direita". Se Manuel Pizarro, ex-secretário de Estado de José Sócrates, figura menor que merece ser relegada ao esquecimento, já era boa justificação para penalizar o PS no Porto, o aparecimento deste tipo caido de pára-quedas não deixa de ser igualmente um bom avivar de memória, nomeadamente da péssima gestão da autarquia portuense durante os anos em que o PS a liderou. Nem todos os eleitores portugueses nas autárquicas o poderão fazer por falta de alternativas credíveis aos mesmos de sempre, mas quem tem um Rui Moreira no boletim de voto não devia ter muito por onde hesitar. O que quero dizer é isto: não deve ser a razão principal para votar em Rui Moreira, para isso deve contar sobretudo a competência que cada um lhe reconhecerá ou não para gerir o munícipio portuense, mas reconhecida essa competência, que independentemente de algumas divergências lhe reconheço - estou absolutamente convencido que se o objectivo é não desperdiçar a boa herança de Rui Rio, Moreira está, com grande distância, no topo da lista dos candidatos conhecidos -, não é de ignorar este bónus de pôr na segunda mais importante autarquia do país o PSD e o PS a ver navios. O CDS fará a festa, mas todos bem sabemos que é o CDS que se anda a tentar colar a Moreira e não o contrário.