Endorsements
No Reino Unido, tal como é tradição nos Estados Unidos, alguma imprensa decide declarar o seu apoio por um dos lados em batalha nas próximas eleições. Por exemplo, a The Economist deu o seu apoio ao Partido Conservador, enquanto o The Guardian favorece o Partido Trabalhista. Quem lê as duas publicações em causa, não estranha este posicionamento, mas o mesmo torna tudo muito mais transparente. Em Portugal, deviam fazer o mesmo: o Público, por exemplo, que anda nos últimos anos a tentar replicar o posicionamento estratégico do The Guardian, podia fazer um editorial com o título «Porque apoiamos o messias Costa e sabemos que com este o pensamento mágico irá triunfar». O Sol também teria o seu editorial: «Depois de anos a spinnar a favor deste Governo, ganhamos coragem para dizé-lo finalmente: Passos é o nosso grande amor». O do Expresso seria mais deste género: «Ainda tentamos um combate de boxe entre o Nicolaço e o Vieira Pereira para decidir quem apoiar, mas no fim decidimos que desde que ganhe o bloco central, nós ganhamos também». O CM não deixaria margem para dúvidas: «O PS cheira a Sócrates, PSD/CDS é a melhor opção». No JN, um director Camões emocionado, com a benção de Proença de Carvalho, deixaria escrito em editorial: «O apoio ao PS arranja emprego, vote PS». E, para terminar, no DN escrever-se-ia: «A secção laranja deixou-nos e foi toda para cargos de nomeação governamental, está na hora de ser dada a mesma oportunidade à secção rosa, vote PS».