Ar puro (CXXXV)
Não li muito mais que dez livros no último ano e terei visto, ignorando revisionamentos, perto de oitenta filmes (1/4 dos quais terão sido vistos no mês de Dezembro). Sobre todos os pontos de vista, no que a estes indicadores diz respeito, 2013 foi um ano péssimo. De muito longe, o pior da última década. Só para que conste, ando com um livro de trezentas páginas a acompanhar-me há mais de um mês e, mesmo assim, todos os dias tenho-o lido um pouco. Repito: trezentas páginas; acompanha-me há mais de um mês: já tenho vergonha de continuar a ser visto com ele na mão (e até podia dar-se o caso de estar a ler uma coisa de que não gostasse particularmente, mas nem é esse o caso). A este ritmo, se compro um calhamaço, arrisco-me a ter leitura para mais de um ano. Não é falta de gosto, é falta de tempo. Tempo para fazer tudo o que quero fazer. Ter gozado apenas dez dias de férias num ano inteiro também não ajudou. Mas em Janeiro pretendo continuar, pelo menos, com o ritmo ao nível dos filmes vistos. Estarmos na época dos óscares ajuda: boa parte dos melhores filmes estreiam todos nesta altura (e a colheita deste ano, ao contrário dos anteriores, parece-me óptima). Diz que quanto mais perto dos óscares o filme sair, mais hipóteses tem de ganhar. É a tendência natural de sobrevalorizarmos o que acabamos de ver face ao que nos impressionou há uma eternidade. Cristiano Ronaldo, se tivesse feito aquele jogo com a Suécia em Janeiro de 2013, tudo o resto igual, provavelmente ficaria mais um ano sem o Ballon D'Or. E sem o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Mas isso é o que menos interessa. Em 2014, com um pouco de sorte, vai ser disponibilizado um vídeo qualquer relativo a um evento que irá ocorrer no Brasil que ainda me proporcionará maior gozo do que este: