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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Caso excepcional

Não tinha lido um único poema de Herberto Helder. Só vi um filme completo do Manoel de Oliveira. O primeiro caso é uma falha que corrigi, o segundo é uma opção convicta. Gostava do Manoel de Oliveira enquanto boa pessoa que me parecia ser, não gostava dele enquanto realizador. E não tenho particular pachorra para as pessoas que vêm falar do realizador «amado lá fora, detestado cá dentro», perpetuando o que não passa de um mito. O cinema de Manoel de Oliveira lá fora tem ainda menos admiradores, em proporção, do que os que tem cá dentro.

A magia do cinema

Quando aqui há uns dias meti-me a ver um filme de mais de 3 horas sem saber nem muito sobre o filme, nem sobre o realizador  - na verdade, nem sobre as três horas de duração sabia antes de ter começado a vê-lo -, imaginei que a coisa podia dar para o torto. E, de facto, às tantas o visionamento estava a correr mal: não tanto pelo filme - a cinematografia deslumbrante em combinação com os ambientes e a coreografia teatral que acompanhava cada cena, bem como os diálogos muito bem construídos, eram mais do que suficientes para me cativar desde o primeiro minuto -, mas uma forte dor de cabeça com origem em noites passadas mal dormidas teimava em atormentar-me. Perante isso, pensei em parar o filme logo por volta da hora e meia, aquando de uma das cenas marcantes em que dá-se uma discussão acalorada entre dois dos personagens principais, deixando para o dia seguinte o visionamento da segunda metade em falta. Mas como estava a gostar, decidi aguentar mais um pouco (a dor de cabeça podia estragar-me parte do prazer de ver o filme, mas na verdade também não sou particular fâ de interromper um filme, adiando a sua continuação para tempo futuro: na maioria dos casos, é também uma forma de prejudicar a capacidade de absorver tudo o que um filme tem para me dar). Em boa hora continuei: Nuri Bilge Ceylan, assim se identifica o realizador da obra, com cerca de duas horas de filme, presenteou-me com um diálogo digno do melhor da literatura russa (a primeira coisa que me veio à cabeça foi logo «esta merda é Dostoiévski»). Durante vinte minutos, no diálogo mais longo do filme, ainda que boa parte dos outros diálogos sejam igualmente e deliciosamente prolongados no tempo, a dor de cabeça desapareceu e entrei noutra dimensão. Finda essa cena (e regressada a dor de cabeça), acabei mesmo por optar por parar o filme e deixar o resto para o dia seguinte, mas não sem antes ir confirmar ao google a relação do cinema de Ceylan com a literatura russa (ficando ainda mais convencido de que tenho de ver o resto da sua obra logo que possível). O nome do filme é Winter Sleep - obviamente, recomendo vivamente -, vencedor da última Palme d'Or do Festival de Cannes.

«Um dever de moralidade pública dar bengaladas» no Bava

Não sei como é que é do ponto de vista legal, mas do ponto de vista do que me parece correcto sei muito bem como é que esta cena devia acabar: com Bava a não receber nem mais um centavo da empresa e com o direito de qualquer accionista da PT, à falta da bengala, a pregar-lhe um valente murro nas trombas sempre que o encontrasse num qualquer lugar público. Mais do que um direito, um dever.

Um Nobel para o esquecimento

É a lengalenga de sempre, mas torno a insistir nela: não deixa de ser irónico que tenham atribuído o Nobel da Literatura a Modiano apontando-o como um Proust dos nossos tempos quando este último não o ganhou. Talvez a comparação sirva para recordar que Proust, apesar de ter ficado na história da literatura mundial, contínua muito pouco lido e Modiano que, estou certo, nem para a história ficará, pouco lido já era e assim continuará. Já o ano passado tinha ganho a canadiana Munro e evocaram Chekhov, outro que também não consta da lista dos nobelizados. Talvez seja uma forma de fazer um acerto de contas com o passado através de interposta pessoa. E, a continuar assim, daqui a cem anos é provável que andem a atribuir nóbeis aos Murakamis ou Roths do tempo deles, enquanto a academia por estes dias opta por ignorá-los em vida. Enfim, o ano passado ainda aproveitei a onda da entrega do prémio a uma canadiana para me atirar à compatriota não nobelizada Margaret Atwood - de quem li cinco livros ao longo do último ano e fiquei admirador confesso -, mas este ano o prémio nem para isso serve. Franceses, pelo menos para já, dispenso. Obrigado.

Politicamente incorrecto

 

Nos últimos dois meses vi um filme, «The Grand Budapest Hotel», que, contrariamente ao que esperava, não me cativou por ai além. Durante o mesmo período, cedi à tentação das séries americanas e actualmente ando a tentar ver um episódio por dia de «Breaking Bad» (vou no terceiro episódio da quarta temporada e, como me tinha sido garantido por quem já a havia visto, a qualidade da série tem vindo sempre em crescendo, pelo que o muito badalado final promete). Ando também a ler o quarto livro d'«As Crónicas de Gelo e Fogo», de George R.R. Martin, que numa decisão de maximização do lucro da editora portuguesa encontra-se dividido em dois livros na versão traduzida para o mercado nacional (incentivo grande a que, no meu caso, o quinto livro, «A Dance With Dragons», onde foi feita a mesma opção editorial, deva ser adquirido na versão original). E ando a lê-lo porque antes de «Breaking Bad» foi com «A Guerra dos Tronos» mais as suas quatro temporadas que andei entretido e o vício foi de tal ordem que não aguentei ficar sem saber o que se passaria a seguir. Não me arrependendo nem um pouco dessa opção, digo contudo que a série televisiva está tão bem feita que o livro é, neste caso, a obra menor. Obra que tem uma particularidade: não está completa e há dúvidas sobre se o autor conseguirá completá-la a tempo de acompanhar o ritmo da série televisiva. Mas mais do que isso, o que me tem chamado a atenção é os debates que proliferam nos media norte-americanos sobre a obra de Martin: ora é anti-feminista porque contém demasiadas violações, ora falta-lhe diversidade porque são poucos os negros com protagonismo, etc... e com isto fazem pressão sobre o criador da obra/argumentistas da série para que esta seja orientada no sentido que vai de encontro ao seu mundinho do politicamente correcto, onde a criatividade do autor não pode ser deixava à sua liberdade, mas tem de ser orientada, guiada num caminho "correcto". Estes polícias do politicamente correcto são das maiores pragas que há neste nosso mundo moderno. Mas, felizmente, como as vendas dos livros e as audiências da série mostram, é possível usá-los como idiotas úteis: da polémica nasce a publicidade e, voilá, os polícias do politicamente correcto, pensando que vão denegrir a série com os seus longos textos onde frequentemente aparece um «se continuar assim vou deixar de ver a série» e tal, acabam por ajudar a torná-la mais vista. Há muito tempo que é assim: o fruto "proibido" é o mais apetecido. E «Breaking Bad» é o que está a dar.

Divagações

Enquanto espero pelos jogos de futebol desta tarde/noite, permitam-me mais uma ou outra divagação. Estive aqui a verificar e só em Fevereiro vi 31 filmes. Nada mau: quer dizer que, aproximadamente e durante o último mês, consegui garantir mais de duas horas por dia dedicados a uma das minhas paixões. Desde que Março começou, por outro lado, vi 2 filmes: ok, estou de volta ao ritmo. Mas voltei a escrever na blogosfera e, sobretudo, no twitter (já tinha algumas saudades de assumir a minha postura (algo fingida) pró-passista que tanto irrita quem tem um ódio a Passos e aos actuais governantes parecido ao que eu tinha por Sócrates). Mas é assim: a gestão do tempo é coisa chata e não dá para tudo. Mais: em Fevereiro acabei a leitura do Órix e Crex da Margaret Atwood, terminei praticamente de ler o Ano do Dilúvido da mesma autora e ainda tive tempo para ler finalmente o Auto-Retrato do Escritor enquando corredor de fundo do Murakami. Isto tudo sem um único dia de férias. Desconfio que este ano, no capítulo da leitura e do cinema, vá ser difícil voltar a ter um mês tão bom quanto o anterior.

 

 

Entretanto, (re)descobri todas as sinfonias do Beethoven. A sétima tem-se feito ouvir incansavelmente quase todos os dias, inclusive aos sábados de manhã no escritório, numa mistura perfeita entre trabalho e prazer (aumenta-me a produtividade? desconfio que não, mas não o digam a ninguém que isso agora não interessa nada). Às tantas dei por mim - muito graças ao Spotify -, a ouvir mais música clássica do que rock/pop contemporâneo. Com isto tudo, dei também por mim a pensar muito menos em política/economia: Fevereiro nesse capítulo foi um mar de tranquilidade. Fez-me bem, revigorou-me o espírito. Mas não há forma de tirar o gosto pela política de dentro de mim: basta um congresso do PSD e já está. A verdade é que comecei a gostar de política a acompanhar os velhinhos congressos do PSD: o espectáculo à frente da substância. E enquanto Marcelo discursava, e eu maravilhado não conseguia deixar de o ouvir pela televisão, isso tudo veio à tona, num mar de nostalgia e emotividade. Talvez não o devesse dizer, mas a política, às tantas, desperta em mim sentimentos que só o futebol consegue também despertar. Claro que encarar a política como futebol não será propriamente brilhante, mas não tenho como fugir daquilo que sinto. E Pedro Santana Lopes outrora já foi o meu Cristiano Ronaldo (calma, escrevi outrora: a idade pode não nos trazer juízo completo, mas sempre dá-nos alguma clarividência).

 

Mas voltando à música, nomeadamente ao rock/pop, a minha relação com esta tem por estes dias alguma semelhança para com o que se passa em relação ao cinema: um regresso aos êxitos do passado. A Rolling Stone aqui há uns anos fez a selecção das 500 melhores canções de todos os tempos e é a partir dessa escolha (um tanto ou quanto enviesada a favor dos anos 60 e 70) que se está a fazer o filtro do que ando a ouvir por estes dias. Fica um cheirinho com a inconfundível Aretha:

 

Ar puro (CXXXV)

Não li muito mais que dez livros no último ano e terei visto, ignorando revisionamentos, perto de oitenta filmes (1/4 dos quais terão sido vistos no mês de Dezembro). Sobre todos os pontos de vista, no que a estes indicadores diz respeito, 2013 foi um ano péssimo. De muito longe, o pior da última década. Só para que conste, ando com um livro de trezentas páginas a acompanhar-me há mais de um mês e, mesmo assim, todos os dias tenho-o lido um pouco. Repito: trezentas páginas; acompanha-me há mais de um mês: já tenho vergonha de continuar a ser visto com ele na mão (e até podia dar-se o caso de estar a ler uma coisa de que não gostasse particularmente, mas nem é esse o caso). A este ritmo, se compro um calhamaço, arrisco-me a ter leitura para mais de um ano. Não é falta de gosto, é falta de tempo. Tempo para fazer tudo o que quero fazer. Ter gozado apenas dez dias de férias num ano inteiro também não ajudou. Mas em Janeiro pretendo continuar, pelo menos, com o ritmo ao nível dos filmes vistos. Estarmos na época dos óscares ajuda: boa parte dos melhores filmes estreiam todos nesta altura (e a colheita deste ano, ao contrário dos anteriores, parece-me óptima). Diz que quanto mais perto dos óscares o filme sair, mais hipóteses tem de ganhar. É a tendência natural de sobrevalorizarmos o que acabamos de ver face ao que nos impressionou há uma eternidade. Cristiano Ronaldo, se tivesse feito aquele jogo com a Suécia em Janeiro de 2013, tudo o resto igual, provavelmente ficaria mais um ano sem o Ballon D'Or. E sem o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Mas isso é o que menos interessa. Em 2014, com um pouco de sorte, vai ser disponibilizado um vídeo qualquer relativo a um evento que irá ocorrer no Brasil que ainda me proporcionará maior gozo do que este:

 

 

Ar puro (CXXXI)

 

«Era assim que vivíamos na altura? Mas vivíamos como era costume. Toda a gente vive, a maior parte do tempo. Seja o que for que aconteça, é como de costume. Tudo é como de costume, agora.

Vivíamos, como de costume, ignorando. Ignorar não é o mesmo que ignorância, exige esforço da nossa parte.»

 

Daqui.

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