Na mesma
No Público: "A Comissão de Inquérito da Crise Financeira, inicialmente constituída por dez membros, acabou por só conseguir que seis subscrevessem o relatório final. A divisão é política, já que só os democratas assinaram o documento". Resumindo: o resultado final do relatório serve para pouca coisa - uma espécie de montanha pariu o rato, à semelhança da comissão de inquérito ao caso BPN. - Também não se perde muito, face àquilo que, lendo a imprensa, são as principais conclusões, constato que esse debate já foi feito há mais de dois anos e a FCIC pouco ou nada acrescenta. Numa crise complexa, com multiplicidade de factores explicativos (nem todos com o mesmo peso, naturalmente), cada lado político tende a favorecer as explicações que colam melhor com as lentes ideológicas a partir das quais olha o mundo. Por outro lado, no Diário Económico, sob o subtítulo Avisos ignorados, é referido que "A Comissão aponta o dedo às autoridades federais norte-americanas, que não impediram comportamentos irresponsáveis por parte dos banqueiros de Wall Street, apontando o dedo a políticas das administrações Bush e Obama". À administração Obama? Quando a crise é anterior à eleição de Obama? Sinto-me baralhado.
A crise era evitável? Pelo menos na dimensão que atingiu, não restariam muitas dúvidas quanto a isso. Infelizmente, também não será o relatório do FCIC a evitar crises futuras.