Bastava ler os jornais internacionais
Sócrates achou que aquilo que resultava no plano interno - a teimosia; a persistência na perseguição, sem qualquer cedência, de um objectivo, por irrealista que fosse; a agressividade para com tudo e todos que não concordassem com a sua estratégia - resultaria no plano externo. Mas no xadrez internacional Sócrates nunca controlou, nem nunca controlaria, a imprensa, e esta muito cedo tomou uma posição sobre Portugal, mais concretamente sobre a inevitabilidade de termos de recorrer a ajuda externa. Mário Soares, em Outubro de 2010, relatou uma pequena conversa que teve com o primeiro-ministro. Contou o ex-presidente que tudo o que se passava então era previsível e que tinha alertado o primeiro-ministro para aquilo que estava para chegar, contudo Sócrates não lhe prestou a devida atenção. Mas "bastava ler os jornais internacionais", rematou Soares. Se Sócrates, no final de 2010, tivesse percebido a história de Soares teria poupado muito dinheiro ao país.