We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
80% dos portugueses acha "má" ou "muito má" a governação de José Sócrates? Para além de ter sido deputado eleito pelo PS durante o primeiro governo do engenheiro relativo, quem é que contribuiu para a reeleição de José Sócrates no ano passado: Manuel Alegre no comício do PS em Coimbra ao lado de Sócrates. Mas com um humor desgraçado, os apoiantes do poeta Alegre pensam que podem passar o ónus do desgoverno do engenheiro relativo para Cavaco Silva. Pois.
Cavaco vence folgadamente as presidenciais. 63% para Cavaco Silva contra 20% para Manuel Alegre. Mas alguém duvidava? O poeta Alegre anda acompanhado pelos economistas ladrões de bicicletas, por sua vez, o senhor Silva tem isto: Campos e Cunha e Lobo Xavier mandatários de Cavaco em Lisboa e no Porto. O poeta Alegre vale pouco mais do que o BE e a ala mais à esquerda do PS em conjunto. É obrigatório fazer a pergunta que aqui fiz, mas há outra pergunta obrigatória de resposta ainda mais fácil: o que teriam sido os últimos cinco anos se Manuel Alegre tivesse ocupado a presidência? A resposta parece-me evidente: estaríamos pior do que estamos agora (parece difícil, não é? Pois, mas não queiram arriscar).
Há mais: PSD atira PS para mínimos históricos desde 1987. 40% para o PSD contra 26% para o PS. O PSD caminha para a maioria absoluta e, embora não esteja certo que ela se concretize, acho-a preferível a um governo de coligação com o PP. Dizem ainda que 80% dos portugueses diz que governação é "má" ou "muito má", o que merece os seguintes comentários: i) os portugueses, tal como o governo, não conseguem pensar para além do dia de hoje, ou seja, foi preciso chegar ao ponto do anúncio das medidas gravosas para perceberem a qualidade da governação deste governo; ii) mesmo em mínimo histórico, há margem para o PS baixar ainda mais nas intenções de voto.
Na entrevista de Teixeira dos Santos, ontem, na RTP, foi dito algo que é importante realçar. Segundo o excelentíssimo ministro, o PSD propôs-se a impedir o aumento de impostos, o que implica uma diminuição mais que certa (palavra do senhor ministro) da receita que o governo colocou no projecto base para o OE2011, e como contrapartida defendeu cortes cuja concretização era incerta (novamente, palavra do senhor ministro) no lado da despesa. Teixeira dos Santos diz que não aceita substituir o que é certo pelo que é incerto. Diz que os mercados também não atribuirão credibilidade a um orçamento que opte por essa via. Digo eu: com este governo em funções, tudo o que sejam medidas de diminuição da despesa será sempre de concretização incerta, pois eles não conseguem (incompetência), ou não querem (estupidez), ser rigorosos e sérios na execução de tais medidas. Se os mercados não atribuem credibilidade a um orçamento que corte brusca e fortemente na despesa, tal deve-se, em boa parte, à falta de credibilidade atribuída aos executantes do orçamento, ou seja, a José Sócrates (credibilidade abaixo de zero) e a Teixeira dos Santos (credibilidade zero). A execução orçamental de 2010 é prova mais do que suficiente para os mercados não acreditarem neste governo. Como os mercados não acreditam no governo para cortar na despesa, é necessário dar um sinal que reforce a crença de que somos capazes de diminuir o défice e, como José Sócrates já explicou mais do que uma vez, a subida dos impostos é o caminho mais fácil.
PS: a justificação do excelentíssimo ministro para o descalabro da execução orçamental de 2010 é, para quem duvidasse, prova mais do que suficiente que não podemos contar com este governo para controlar a despesa. E, mais importante, devia ser suficiente para qualquer cidadão minimamente sério e livre de preconceitos ideológicos perceber que o estado social, tal como o conhecemos, caminha para uma morte agonizante. A saúde, especialmente a saúde, precisa de um novo modelo com urgência. Talvez valha a pena ponderar, quanto tanto se fala em colocar de lado jogos partidários e pensar no bem do país, em proceder a alterações na CRP rapidamente.
Esteve 34 anos como deputado da nação. De 1976 a 2009. 34 anos. O senhor Silva é responsável pela crise, gritam eles. O senhor Silva que não se desresponsabilize, exigem. E o poeta Alegre? 34 anos como deputado a fazer o quê? A dar o amém a quem? E o engenheiro Guterres e o engenheiro relativo, do partido do poeta Alegre, que contaram com o apoio do poeta Alegre para vencerem as eleições, são responsáveis pelo quê? Querem convencer-nos que é o senhor Silva, que governou antes de 1995, o principal responsável pela crise que vivemos? E o engenheiro Guterres e o engenheiro relativo, que governaram com base em programas eleitorais subscritos pelo poeta Alegre, que quota parte de responsabilidade lhes cabe? E ao poeta Alegre, que responsabilidade lhe é devida? Ou o cargo de deputado está imune de responsabilidades? Não, não está. Diga-se, com frontalidade: de todos os deputados que passaram pela Assembleia da República, no que diz respeito ao exercício enquanto deputado, nenhum é mais responsável pelo estado a que chegamos do que o poeta Alegre. Nenhum.
ii) o senhor Silva, em 2005, quis candidatar-se à PR com um governo socialista no poder. Tendo isso em conta, ajudou no derrube do senhor Lopes.
iii) o senhor Coelho, como demonstram muitos dos seus apoiantes (basta ler alguns blogues), olha para a reeleição do senhor Silva como um entrave à sua busca pelo poder.
iv) o senhor Silva contínuou convicto que as suas possibilidades de reeleição aumentavam com um governo socialista no poder. Por isso, longe dele provocar a queda do engenheiro relativo.
v) o poeta Alegre e seus apoiantes sabem que a permanência do engenheiro relativo no poder é um entrave à sua campanha.
vi) o engenheiro relativo sabe que o senhor Silva na presidência é bom para a sua manutenção no poder.
O site do senhor Silva é arrumadinho, limpinho, eficaz. O site do poeta Alegre é confuso, desarrumado, aborrecido. O senhor Silva parte ao ataque na batalha pelo maior número de amigos no Facebook. Para já, temos 1078 amigos para o senhor Silva contra 3079 amigos para o poeta Alegre, tendo este último a vantagem de estar há 3 semanas no terreno. Mas reparem como o site do senhor Silva é directo e eficaz no apelo à amizade. Contudo, no Facebook, ainda é Alegre quem lidera. A questão é: durante quanto tempo?
Para terminar, congratular-me com a decisão do senhor Silva de não espalhar cartazes com a sua cara por tudo quanto é rua movimentada deste país. Os outros deviam seguir-lhe o exemplo.
Pedro Passos Coelho: Primeiro-ministro do Partido Social Democrata entre 2011 e 2015. Ganhou as eleições por maioria relativa a José Sócrates, o primeiro-ministro menos apto da democracia portuguesa, do Partido Socialista. Governou em coligação com o Partido Popular de Paulo Portas. Tentou implementar um conjunto de medidas liberalizadoras da economia portuguesa. O agudizar da crise com inicio no começo do milénio e forças de bloqueio várias reprimiram esse espírito reformista. Perdeu as eleições legislativas, em 2015, para António José Seguro do Partido Socialista.