We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Não fazer da derrota de Manuel Alegre uma derrota do PS e do governo, aceita-se. Já fazer da vitória de Cavaco Silva uma vitória do governo socialista é tirar um coelho da cartola que nem a Houdini lembraria. E não lembraria porque o coelho, de gordo, não caberia na cartola. Sendo-nos apresentado como um truque de mágica, mais não estamos do que a ser presenteados com uma palhaçada.
1. Mentes brilhantes lembraram-se de apresentar uma proposta que visa limitar o salário dos gestores públicos ao do Presidente da República. Medida popular, certamente. Mas insatisfeitos com a fasquia do salário do nosso Presidente da República e procurando demonstrar o quanto têm a razão do seu lado, foram ainda mais longe e traçaram comparações entre os salários dos nossos gestores públicos e o salário de Barack Obama, Angela Merkel ou Nicolas Sarkozy. Óptimo. Mas esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário do presidente Obama com o salário dos gestores públicos norte-americanos. Esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário do presidente Sarkozy com o salário dos gestores públicos franceses. Esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário da chanceler Merkel com o salário dos gestores públicos alemães. Esqueceram-se, mas não se deviam ter esquecido, pois a comparação não seria favorável à tese populista que defendem.
2. Os salários dos gestores públicos não constituem um problema em Portugal. A incompetência dos gestores públicos, a maior parte deles com lugar assegurado por via do cartão partidário, esse sim é o verdadeiro problema, associado ao elevado peso que o sector (público) tem na economia nacional. E baixar o salário dos gestores públicos não resolveria o problema, pelo contrário, iria agravá-lo.
3. E, como consideração marginal, convém ponderar se o salário do Presidente da República não é diminuto? A minha opinião é que talvez não seja, até porque não é pelo salário que faltarão candidatos competentes ao cargo, mas também ninguém pode ignorar que a função do Presidente da República, contrariamente à função de um gestor, não é particularmente atractiva pelo rendimento auferido. Há, entre outros factores, muito prestigio envolvido. E só o prestígio já tem um valor considerável. Não entremos, portanto, na demagogia e no populismo que isso não nos leva a lado nenhum, embora possa dar votos a uns quantos partidos.