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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Marca da governação socrática

Portugal com o quarto maior défice e a quinta dívida da zona euro em 2010. Mas há outro dado relevante que importa reter: de 2009 para 2010, apenas dois países tiveram pior desempenho do que nós ao nível da evolução da despesa. E já faltou mais para só os nórdicos terem um nível de despesa em percentagem do PIB superior ao nosso:

 

Nota1: reparem que dos países com um nível de despesa superior ao nosso, só na Irlanda, por via do resgate à banca, o nível de despesa subiu entre 2009 e 2010.

Nota2: as 'alterações metodológicas' do eurostat terão afectado todos os países, não?

Esqueletos no armário

Existem mais quatro concessões de estradas (ex-Scut) que, de acordo com as novas regras do Eurostat, podem fazer derrapar o défice em 1900 milhões de euros caso se avance com a introdução de portagens. Claro que há sempre a hipótese da política da avestruz: não avancemos com a introdução de portagens porque não interessa fazer derrapar o défice este ano. O homem do ainda "está para nascer um PM que faça mais pelo défice" fingiu ignorar as facturas que ia escondendo no armário. Agora que as contas vão saindo cá para fora, talvez os portugueses percebam melhor o colete de forças em que o país deixou-se enfiar. Mas amor com amor se paga, pelo que fica a faltar resposta do povo à altura do sujeito que nos lega um futuro sombrio: colete de forças para Sócrates também, até porque não há vestimenta mais apropriada para um louco.

A política da avestruz e os cúmplices

Vieira da Silva, Paulo Campos e Emanuel dos Santos, na reacção governamental à revisão do défice, para além de insistirem na mentira, tomam os outros por estúpidos. A desculpa esfarrapada em que insistem é inaceitável, mas que haja o atrevimento para insistir numa justificação fraudulenta só é possível porque este é um país de gente pouco séria. Onde é que está a catrefada de comentadores que durante duas semanas entretiveram-se a malhar em Passos Coelho e na escolha de Fernando Nobre? Onde é que pára essa gente? Para que serve essa gente? Ou melhor: a quem serve essa gente? E os jornalistas, que limitam-se a reproduzir o pingue-pongue entre os diferentes actores políticos e não pensam de forma crítica o que se passa no país, esclarecendo o eleitorado sobre a verdade da governação dos últimos seis anos? Quando é que este país ficou entregue a estes filhos da puta? E ainda não é desta que nos pedem desculpa?

A verdade das contas públicas

Que o PSD tanto tem pedido e o PS tanto tem feito por ocultar, vai sendo revelada aos poucos: Défice de 2010 revisto em alta para 9,1 por cento do PIB. A troika obriga? Pois é, por isso este PS socrático temia tanto a sua vinda, mas as medidas duras que nos vão ser aplicadas não têm outros culpados que não os responsáveis pela política desastrosa seguida nos tempos mais recentes. E relembro que faz menos de um mês que o valor do défice já havia sido revisto para 8,6%. E pensar que foi ainda este ano que um sujeito muito satisfeito consigo próprio garantu que o défice de 2010 tinha ficado 'claramente abaixo' dos 7,3%. Assim percebe-se melhor porque Teixeira dos Santos teve de ser sacrificado pelo PS socrático, mas como explica Luís Campos e Cunha: «Teixeira dos Santos foi um mero executor da política orçamental de Sócrates. Qualquer pessoa que me sucedesse tinha de aceitar que Sócrates era o ministro das Finanças. É a Sócrates que devem ser atribuídas as responsabilidades pela situação do país».

Throw under the bus

José Sócrates, responsável máximo por Teixeira dos Santos ter-se transformado no ministro das finanças que mais tempo esteve no cargo em democracia, achou chegada a hora de reconhecer que o economista fez um péssimo trabalho e merecia ser afastado do cargo e das listas do PS. Do ministro já nos livramos, agora só falta aplicar ao primeiro-ministro igual tratamento.

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