Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Não podemos é esconder as responsabilidades do Governo do PSD na Madeira com outras eventuais responsabilidades. As questões são completamente diferentes», diz Seguro. Ora bem, mas quando a propósito do desvio que se verificou no primeiro semestre do défice das contas públicas o PS acena única e exclusivamente com as responsabilidades da Madeira - quando a Madeira nem explicará a maior parte do desvio -, esquecendo as responsabilidades do seu partido, o que dizer? Para não ir mais longe, digo apenas que estamos perante gente sem estatura para liderar um país.
Portugal deve precisar de mais medidas para cumprir metas. Já se adivinham medidas do lado da receita, como é evidente. Isto porque não é possível cortar despesa no imediato? Treta, se necessário e à falta de melhor opção, tirar o subsídio de natal por completo aos funcionários públicos é uma medida que actua do lado da despesa e que produz efeito no défice deste ano.
Preso ontem, preparado para ser libertado hoje. Já não há palavras para descrever a (falta de) justiça portuguesa.
Adenda: é preciso não esquecer a cereja no topo do bolo, a provável indemnização a Isaltino Morais que será paga por todos os contribuintes.
«Isto quer dizer que os 8,3% do défice público estão ainda mais distantes do objectivo definido com a troika do que os 7,7% herdados pelo Governo dos primeiros três meses do ano», escreve o Público. Recordo que o Governo não tomou posse no dia 1 de Abril, mas sim a 21 de Junho deste ano. Para efeitos de herança, o valor que importa é o que agora foi apurado.
Isto porque não é consensual a inclusão das dívidas das autarquias que a região não contabilizou com o argumento de que não estão sob a tutela do Governo Regional. Se a Madeira fosse independente quem é que arcava com as dívidas das autarquias madeirenses? Os "cubanos", não? Era bom, era. O objectivo não deve ser só o de apurar a dívida do Governo regional da Madeira, mas toda a dívida pública gerada na região, até para que o rácio da dívida em percentagem do PIB regional traduza efectivamente o verdadeiro estado calamitoso e insustentável para onde a região descambou e seja possível uma comparação séria e honesta com a situação do resto do país. 6,3 mil milhões de euros de dívida representa um valor superior a 120% do PIB gerado na região. Ora, Portugal enquanto um todo deverá terminar o ano com uma dívida pública em percentagem do PIB à volta dos 100,8%. É preciso dizer mais alguma coisa sobre a cratera da Madeira?
Casos de sucesso que apresentam sinais de insucesso. Diz-se que um dos problemas é que a empresa sempre viveu muito à custa de subsídios e apoios vários, nunca alcançando um modelo de negócio onde fosse competitiva e pudesse sobreviver por si só, mas independentemente disso é bom lembrar que falhar deve ser palavra presente no dicionário de qualquer empreendedor. Falhar e tentar de novo. Parece-me, pois, que esta é uma boa altura para António Câmara demonstrar que muitos dos elogios que recebeu, onde se inclui o Prémio Pessoa 2006, foram merecidos.
É possível que Barroso esteja enamorado pela União Europeia, nós descobrimos isso da pior forma possível quando ele fez as malas e abandonou-nos. E é ainda mais possível quando ao grande amor junta-se uma carteira recheada e a entrada em festas que de outra forma lhe estariam fechadas. Dêem-me o cargo de presidente da Comissão Europeia e eu prometo que uma paixão tórrida entre a minha pessoa e a União Europeia seria estabelecida de imediato. Mas se Barroso ainda está na fase em que gostava que o casamento fosse para a vida, é bom lembrar-lhe que há namoros que não dão certo e casamentos que resultam em divórcio.
«Se Portugal não quiser ser a Grécia número 2, tem de crescer», e nas circunstâncias actuais, só há um caminho: o do incentivo às famosas exportações através da, não menos famosa, desvalorização fiscal. Se o Governo tiver uma alternativa, apresente-a. Não pode é ficar quieto. Mas dado que quer o ministro da economia, quer o Presidente da República, andam por ai a prometer que Portugal em menos de um ano já estará a dar sinais de crescimento, gostava realmente de saber o que os leva a dizer isso. É que antes de virem com uma retórica cheia de optimismo - nos últimos dez anos ela sempre existiu com os resultados que se conhecem, pelo que está descredibilizada -, talvez não fosse má ideia focarem-se nesta fase inicial mais nas acções do que no palavreado inconsequente.