We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Em Portugal gerou-se a convicção de que o Estado pagava e conseguiria pagar tudo. Nunca faltaria dinheiro ao Estado. Que o dinheiro que o Estado gasta venha dos impostos pagos pelos cidadãos e empresas do país era uma consideração menor, um facto passível de ser ignorado. Que durante anos e anos a fio os impostos cobrados não tenham sido suficientes para suprir os gastos do Estado, idem. Os portugueses convenceram-se que havia uma árvore das patacas a que o Estado podia jogar mão em caso de necessidade. Dessa fantasia nasceu a defesa irresponsável das obras públicas, dos investimentos estatais, do Estado que a todos acorre e que nunca deixaria de acorrer. Agora, essa fantasia morreu e os portugueses deixam-se abater pelo duro peso da realidade. Desiludidos, atiram parte da culpa pela situação que enfrentam para quem lhes anuncia com um realismo surpreendente o que ai vem e está por vir. O mau da fita é o que quer reformar o Estado, porque o Estado que tínhamos estava a funcionar tão bem, não era? E é vê-los, ao comediantes insatisfeitos, verdadeiros vendedores de ilusões e fantasias a preencherem tinta e mais tinta nos jornais com soluções para a crise que passam por gastar mais e mais dinheiro. Na mente desta gente a árvore das patacas existe, só falta indicarem-nos o caminho para darmos com ela. Mas deixem ver se adivinho: fica ali para os lados de Frankfurt e Berlim, não?
Entre amigos e familiares, nos jantares e almoços deste fim-de-semana de Natal consegui ouvir zero elogios a Passos Coelho. Um recorde. Boa sorte ao Governo.
Lê-se alguma opinião publicada e fica a ideia que Vítor Gaspar é o ministro mais feliz com a entrada dos chineses na EDP. Lê-se o Expresso e parece que foi o único ministro que defendeu a escolha da proposta dos alemães. Podemos estar perante um caso em que nem tudo o que parece é, se bem que como a minha memória não renova a cada semana, do que o Expresso diz desconfio e não é pouco.
O Expresso avisa que «sete ministros têm nota negativa», depois vai-se ler a notícia e percebe-se que não foi pedido aos portugueses que dessem notas aos ministros, mas sim que respondessem «quais foram os melhores ministros nestes seis meses». As sete notas negativas são afinal sete ministros que foram referenciados em menos de 10% das respostas. Por sua vez, Paulo Portas foi considerado um dos melhores ministros por 16,6% do inquiridos e Passos Coelho por 15%. Reparem que sendo 12 os ministros, se a distribuição de resultados fosse igual entre os 12, cairiam todos (100% a dividir por 12) no conceito de «nota negativa» do Expresso. Só para terminar, tivesse-me sido feito o inquérito e a minha resposta ficaria por um único ministro: Vítor Gaspar. Parece que 13,1% das respostas vão no mesmo sentido. Não está mal.