We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Portugal é uma pequena economia aberta que pertence simultaneamente à UE e à zona Euro. Não somos, nem julgo que queiramos ser, uma Coreia do Norte. Olha-se para os períodos de maior crescimento económico português nos últimos cem anos e percebemos que estão associados a dois momentos de abertura da economia portuguesa ao exterior: em primeiro lugar a adesão à EFTA, em segundo a adesão à então CEE. Desde então a globalização aprofundou-se e o mercado global ficou mais competitivo e mais exigente? Certamente. Mas não estavam à espera que tudo fosse um mar de rosas, pois não? Nem estarão certamente à espera que invertamos o processo de abertura da economia ao exterior: seria um passo trágico, rumo a uma sociedade muito mais pobre. Ora, sendo assim, jogar no mercado global obriga-nos a aceitar as regras impostas pelos jogadores das grandes ligas. Isto se queremos vencer alguma coisa, claro está. Eu compreendo que certos sectores políticos detestem as actuais regras e lutem para vê-las alteradas: faz parte do processo. O que eu não suporto, não suporto mesmo, é que às tantas há quem se esqueça que o mundo é o que é e não o que nas cabecinhas deles devia ser. Fecham-se zonas francas da Madeira e quem lá operava vai para o Luxemburgo e para as Caimão. Passa-se a ideia de um regime fiscal instável e as empresas vão para a Holanda. Não gostam? Mas não querem emprego e crescimento económico? Então percebam as linhas com que nos cosemos.
A ideia de empresas privadas saudáveis, funcionais e muito lucrativas não é compatível com o pensamento do Bloco, do PCP e de alguns sectores do PS. Aos olhos desta gente lucro privado é oportunidade de taxar mais. Não imaginam como lamento que os crânios que estão metidos nestes partidos não criem as suas próprias empresas: isso sim é que era coisa de valor, podiam guiar os outros pelo exemplo.
A maximização dos impostos a pagar tem de passar a fazer parte da lógica de todo o bom empresário nacional. Nem percebo como é que não se ensina isto nas diferentes faculdades de economia e gestão do país.
Soares dos Santos muda participação na Jerónimo Martins para a Holanda. Há quem ainda não tenha percebido que o capital é móvel. E neste caso nem foi por falta de aviso. Com uma fiscalidade tão pouco amigável, estranho só o tempo que a Jerónimo Martins resistiu a tomar tal medida. Contudo, aposto, António José Seguro estará chocado com tal decisão...
Não sei se repararam, mas no ano novo apareceu um sujeito com alguma idade a defender que a saida da crise passa pelo emprego e o crescimento económico. Do Largo do Rato mandaram avisar que isso é o que eles andam a dizer. Como é que mais ninguém se lembrou disto, hein?
Diz o personagem Xu Fugui ao seu neto na cena final do sublime To Live de Zhang Yimou: «a vida só irá melhorar». Se depender das abéculas que temos em Belém, no Rato e também (algumas) na São Caetano à Lapa, talvez não. Afinal, vivemos num país onde o «caminho para uma sociedade socialista» é modo de vida instituído na Constituição. «Agenda para o crescimento e o emprego»? Duh! A questão é que tipo de agenda? No filme já referido, numa fase de maior ilusão, Xu Fugui começa por explicar ao filho que «quando os pintainhos crescerem, tornar-se-ão gansos; os gansos tornar-se-ão cordeiros; os cordeiros tornar-se-ão bois... e os bois tornar-se-ão no comunismo, e todo o mundo comerá carne todos os dias!». Quem está à espera que o socialismo lusitano lhe traga carne todos os dias bem pode esperar sentado.