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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Unintended consequences

Quando o Governo decidiu cortar subsídios de férias e de natal a funcionários públicos e pensionistas tinha, pelo menos, a certeza de uma coisa: estes não iriam arranjar forma de escapar ao corte. Por outro lado, aumentar a carga fiscal, já de si elevada - insustentável, nas palavras de Passos Coelho -, sobre os trabalhadores do sector privado tem um potencial devastador no que toca a «unintended consequences». Para começar, não será dificil perspectivar uma subida significativa da economia informal.

Da desinformação

O défice deste ano vai ficar aquém do objectivo acordado com a troika, mas contrariamente à desinformação que corre nuns certos meios, vai certamente baixar em relação ao défice real de 2011. E vai ser assim, em boa parte, porque este ano existem cortes nos subsídios de natal e de férias dos funcionários públicos e pensionistas. Cortes esses que ainda não estão, naturalmente, reflectidos nos números orçamentais dos primeiros meses do ano. Pensar que para 2013 esta medida podia deixar de vigorar e não ser substituida por outra de valor semelhante, como vejo alguns sugeriram, só na cabecinha dos tolinhos que ajudaram a nos atirar para o fundo do poço. Ainda não perceberam que o défice não se corta sem dor? Muita dor? E essa dor só pode passar ou por mais impostos ou por corte significativo nos serviços que o Estado presta aos cidadãos. Agora escolham. Mas escolham mesmo. O resto é treta.

Resumindo

O peso da má gestão do patrão privado recai maioritariamente sobre os trabalhadores do patrão em causa. O peso da má gestão do patrão-Estado recai igualmente sobre todos os trabalhadores, sejam do Estado ou do privado. Confirma-se o funcionalismo público como a classe protegida do sistema. O Estado é e vai continuar a ser o melhor patrão deste país. Chamam-lhe equidade.

Murro na mesa

O primeiro-ministro que prometeu que não aumentaria impostos sobre o rendimento, muito provavelmente prepara-se para o fazer em 2013. O primeiro-ministro que prometeu atacar a despesa e levar a austeridade para o Estado, muito provavelmente prepara-se para engordar o Estado em 2013. O primeiro-ministro que incentivou, de forma mais ou menos descarada, os privados a baixarem salários à boleia do corte de subsídios para funcionários públicos e pensionistas - porque corte de salários no privado devia ser dirigido à promoção da competitividade das empresas -, muito provavelmente prepara-se para diminuir os salários líquidos no sector privado com o intuito de promover o combate ao défice. O primeiro-ministro que enche a boca com o empreendedorismo e o dinamismo da economia privada, muito provavelmente prepara-se para enterrar tal economia em mais impostos. Maior desemprego, maior emigração, menor crescimento, enfim, tudo de bom. Com as medidas que se adivinham, Passos Coelho irá deitar por terra as poucas promessas da campanha eleitoral que ainda fazia por tentar respeitar e o seu Governo perderá toda e qualquer coerência que a política económica até agora seguida podia ter. Dado isto, não seria melhor demitir-se? Fica em funções a que propósito? O poder pelo poder? Há momentos em que um murro na mesa é muito bem-vindo. E nem um possível regresso do PS ao poder deve assustar: dadas as limitações existentes, alguém acredita que o PS fará muito diferente do que está e adivinha-se que venha a ser feito?

Para terminar, uma palavra mais sobre a decisão do Tribunal Constitucional: quase que me fazia desejar que a Europa nos deixasse de emprestar dinheiro no imediato, só para expor ao ridículo a nossa Constituição.

De joelhos

TC permite corte nos subsídios de férias e de Natal. Mas em 2013 têm de regressar. Ou como este país é uma palhaçada e Relvas, bem vistas as coisas, é um tipo extremamente habilitado para fazer parte de um Governo nacional. Por mim, o executivo devia demitir-se de imediato por incapacidade de cumprir a política que é a sua. Mas, não existindo demissão, que nem se atrevam a pensar em ir aos salários do sector privado. E os muitos que à direita nunca perceberam o porquê da revisão constitucional ser uma necessidade imediata, aqui têm a prova que faltava. Quanto ao défice? Ó Frasquilho, mais dois anos para cumprir os objectivos? Por este andar, nem isso é suficiente. Muito sinceramente, podem já começar a pedir mais dinheiro à Alemanha. E de joelhos.

 

Nota: ouvi Passos e já percebi tudo, seguem-se mais impostos sobre o sector privado para alimentar o monstro estatal. Mais valia demitirem-se.

Hollande e o crescimento

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciou nesta terça-feira que o governo reduziu sua previsão de crescimento para 0,3% em 2012 e para cerca de 1,2% em 2013, contra 0,7% e 1,7% esperados até o momento, em seu discurso na Assembleia Nacional. Crescimento todos queremos, a questão é: como? A divisão que um certo grupinho político tenta traçar entre os que querem crescimento e os que não o querem é das coisas mais tolas e vazias de conteúdo que tenho ouvido nos últimos tempos. E em Portugal então, recordando o que se passou nos últimos dez anos, onde dinheiro não faltou e os resultados ao nível do crescimento foram tão parcos, chega a dar dó.

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