We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Claro que não: é por isso que, por exemplo, para com o Governo eleito deve ser exercida por parte da sociedade uma pressão permanente para que cumpra aquilo que prometeu em campanha eleitoral. E essa promessa foi, recorde-se, cortar na despesa e não aumentar os impostos, ou seja, seguir uma política de direita relativamente liberal. Contudo, se estes governantes não cumprirem com o que prometeram e desiludirem aqueles que os elegeram, a penalização não se deve restringir apenas às eleições seguintes. Deverá durar para além disso. É assim que deve ser numa democracia madura. Mas vejam como para os socráticos a democracia esgotou-se nas eleições: perderam-nas; saíram do poder; fim dessa história; estão reabilitados e prontos a arrancar para outra. São os Zorrinhos; são os Marques; são os Campos; são os Galambas; são os Silva Pereira; todos prontinhos a regressarem ao poder. Assim, as últimas eleições para os socráticos mais não representaram do que um julgamento com nota de culpa, mas sem punição à altura, rapidamente caído em saco roto. É normal que os agora no poder achem que lhes acontecerá a mesma coisa.
E para aumentar impostos à bruta tem? Vão dar banho ao cão que estou farto desta conversa que só visa manter tudo como está. Este Governo tem muito mais legitimidade para cortar despesa do que para aumentar impostos. Se há mandato que resulta das últimas eleições legislativas é esse. Um mandato que está por cumprir.
70 chicos espertos têm a lata de vir pedir a queda do que 2.159.742 pessoas ergueram. Os «donos» do regime são assim, uns grandes democratas...
Nota: erro meu, os subscritores pedem afinal que Passos se demita, quando tinha percebido numa leitura apressada que pediam que Passos fosse demitido. Assim sendo, este post não é para levar a sério. De resto, e até no seguimento do que Rui Albuquerque escreve aqui, incorrendo no mesmo erro de leitura que incorri, não me parece que o que é pedido nesta carta seja diferente disto aqui: Líder parlamentar do CDS pede a Sócrates que se demita (a justificação para o pedido do CDS de então também é muito boa: «O que José Sócrates não é de certeza é a solução», enfatizou, lembrando que é o primeiro ministro que «insiste e persiste» em aumentar impostos, em vez de reduzir a despesa do aparelho do Estado).
Ano e meio passado e inúmeras revisões do memorando realizadas, o Álvaro lembrou-se disto? Como é evidente, sendo a questão da refundação do Estado o maior exemplo, não abandonamos o modelo de governação «à vista».
Nos estudos sobre o comportamento humano, há aquela história que nos conta que é muito mais provável um individuo que ia com dez euros na mão para comprar determinado produto x, abdicar de comprar esse produto caso tenha perdido os dez euros imediatamente antes de entrar na loja; do que o individuo que já tendo pago os dez euros pelo produto x, veja esse produto partir-se imediatamente a seguir a ter saído da loja. Do ponto de vista da racionalidade económica as situações são idênticas e deviam originar semelhante escolha, mas do ponto de vista emocional não, e a verdade é que o individuo que já usufruiu, ainda que por breve instante, a posse do produto x, mais depressa vai a casa buscar outros dez euros para readquirir o estatuto de possuidor do produto em causa. Como os governantes baseiam-se na emocionalidade dos eleitores para fazer opções económicas - e vamos imaginar os governantes como os pais dos indivíduos que decidem se estes dispõem de novos dez euros ou não -, aqui está um dos motivos para encontrarmos injustiças nas opções tomadas. Ainda que seja justo tratamento igual, é muito mais difícil penalizar aqueles que interiorizaram estarem perante um direito adquirido do que quem nunca sentiu tal coisa. O coitado que viu o dinheiro desaparecer antes de entrar na loja, vocaliza menos o protesto, logo, mama menos.
Cortar na despesa é inconstitucional (já de si, um corte na despesa fazendo-se passar por um aumento de impostos). É necessário aumentar mais os impostos ao sector privado para manter as pensões tal como o dr. Bagão Félix, ilustre membro do clube dos reformados, quer. O burro de carga que continue a sustentar os actuais pensionistas, sabendo de antemão que quando terminar a sua função não terá um burro que faça por ele o que ele fez por outros. Se o orçamento tiver de morrer, como escreve Henrique Monteiro, o exemplo por ele utilizado é o pior possível para justificar esse fim. Isto porque significará que o novo orçamento que há-de nascer será ainda pior do que este. Quem mais beneficiou com um sistema que se revelou insustentável, é quem mais deve perder com o reajustamento da sociedade a um sistema novo. No sistema de pensões isso é evidente: não é minimamente aceitável, como, por exemplo, a reforma de Vieira da Silva/Sócrates consagrou, passar o peso do ajustamento para os futuros beneficiários do novo sistema, deixando quase intactos quem do sistema antigo muito mais favorável beneficiou. «Um reformado com uma pensão mensal de 2200» não é, definitivamente e por larga distância, aquele que tem mais razões para se queixar nos tempos que correm. E se a Constituição o protege, pois dada a nossa situação, deixará desprotegido quem mais necessita de protecção. As consequências indesejadas desta interpretação da Constituição são óbvias, temos uma lei fundamental que fomenta a injustiça e a iniquidade. Tudo em nome da defesa do status quo. Quem não tem status, que se lixe!
Deputado do CDS acusa, na sua declaração de voto, o Governo de não superar "modelo socialista", como se exigia. Também, não há porra de alminha que queira ajudar o Governo a superá-lo. Adolfo Mesquita Nunes fala de um «caminho liberal» que também «depende de medidas impopulares». As medidas impopulares que fossem enunciadas e logo se via como não passariam do papel, dado o receio que se instalaria imediatamente com a possibilidade de tais medidas originarem uma revolta popular com origem no Partido do Estado. A maior parte das medidas que um Governo pode tomar agora são impopulares, mas há umas mais impopulares que as outras. O CDS sabe tão bem que assim é que nem se atreve a enunciar as medidas que supostamente defende. Enquanto autodenominado Partido do Contribuinte, o CDS passa a vida a jogar na retranca, com auto-carro à frente da baliza, e assim não se ganham jogos. A esquerda, por outro lado, massacra a baliza adversária: apesar de terem lixado o país com políticas despesistas, em violação clara das regras que deviam orientar uma sociedade minimamente responsável, não só já falam como se tal facto não tivesse nada a ver com eles, como ainda sabem que o árbitro está do lado deles: o Tribunal Constitucional. É caseiro o árbitro, pois, como se sabe, em Portugal, a esquerda joga em casa. O Gaspar, coitado, tem tanta culpa de não superar o que quer que seja como o Vercauteren tem de não conseguir pôr o Sporting a jogar bom futebol.