We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Temos aqui candidata a convidada de um futuro Prós & Contras a realizar em breve, o sítio por excelência para abordar as mudanças de «paradigma». Além disso, tenho dificuldade em compreender como é que se fala do orçamento para 2013 como representando uma «viragem de paradigma»: assim sendo, o que foi o orçamento de 2012? Acho que o vazio da expressão fica à mostra. Mas até posso compreender o seu uso neste caso concreto: em 2012, tentou-se fazer a consolidação orçamental pelo lado da despesa e obteve-se um sucesso relativo; em 2013, ainda que boa parte da responsabilidade por isso possa ser assacada ao Tribunal Constitucional, voltaremos ao ciclo de orçamentos que fazem a consolidação orçamental pelo lado da receita. Novo paradigma? Efeito retórico decorativo e nada mais.
«O livro sobre quem paga o Estado social coordenado pela historiadora Raquel Varela tem tido uma recepção desigual: bem aceite pelo público, é normalmente ignorado pelos economistas que dominam o debate em Portugal». A sério, só esta frase que cito e que abre este artigo a propósito de uma conversa de colegas de blogue é de partir o coco a rir. Já estou como o Nicolaço: «A historiadora Raquel Varela, que só pela especialidade está visto ser a pessoa mais indicada para coordenar um livro sobre quem paga o Estado social, é uma ilustre desconhecida para a maioria dos portugueses. Mas não devia ser uma ilustre desconhecida para o Governo». Reconheçamos, com tantos problemas que o atormentam, não ficaria mal que propiciassem a Vítor Gaspar um momento de verdadeiro divertimento. De resto, o título da entrevista só por si diz tudo o que é preciso saber sobre os conhecimentos económicos da historiadora: «Um dos grandes objectivos da troika é aproximar-nos da China». Por onde começar? Nem vale a pena começar, é dar-lhe deste já o crachá «tu também me saíste uma grande Baptista da Silva» e acabar desde logo com a conversa. Muito sinceramente, a todos os artistas de esquerda, incluindo estes, que decidiram reunir-se neste final de ano para me proporcionar alguns momentos de verdadeira diversão, o meu muito obrigado.
O economista Luís Cabral, um daqueles com um percurso académico notável e que é conhecido de boa parte dos alunos de economia por culpa deste livrinho, aqui há não muitos anos, quando a crise do subprime com origem nos Estados Unidos começou a fazer sentir os seus primeiros efeitos a sério na Europa, foi convidado de uns Prós & Contras. A participação era feita por satélite a partir dos Estados Unidos e Fátima Campos Ferreira queria sacar o máximo de bitaites ao seu convidado especial no mínimo tempo possível. Se Cabral é economista e o assunto daquele momento era a crise internacional, toca a encharcar o seu convidado com perguntas sobre os efeitos a esperar dessa crise e formas de solucioná-la. Infelizmente para Cabral, como seria de esperar dado o tema em análise, aquele tipo de perguntas seria melhor dirigido, permitam-me simplificar, a um macroeconomista, o que não é o seu caso. O que fez este então perante tais perguntas? Usou do seu estatuto de economista para mandar uns bitaites para o ar e deixar a FCF contente da vida? Não, tentou deixar imaculada a sua posição de académico sério e respeitável e começou praticamente todas as respostas com a expressão «há colegas meus que» e por ai adiante. Serve este texto para dizer que tive paciência e vi isto. Bem como li isto e isto. E, sobre outros assuntos, já tinha escrito isto e isto. A sério que não percebo como é que Pedro Lains, cujo trabalho enquanto historiador económico, que não fiquem dúvidas a esse respeito, também deve fazer parte da aprendizagem de qualquer aluno de economia, presta-se a esta triste figura.
«Este Governo tem sido incapaz de cumprir qualquer das metas a que se propõe, em três dias não vai acontecer nenhum milagre com certeza e, portanto, os sacrifícios que foram pedidos aos portugueses em nome do equilíbrio das contas públicas são completamente inúteis [...] Não é uma novidade, todos percebíamos que quem semeia recessão, colhe mais défice e mais dívida». Comecemos pelo básico: quem compreende minimamente o problema que levou o Governo de José Sócrates a chamar a troika, olha para os dados revelados pelo INE e percebe que a economia portuguesa está a caminhar no sentido de corrigir os graves problemas que a afectam. Não ao ritmo desejado, mas, ainda assim, a caminhar no bom sentido. Claro que não faltam indicadores, como o da taxa de desemprego, para demonstrar que ainda está muito por fazer, pelo que é natural que da oposição não venham palavras de elogio para os resultados obtidos pelo Governo, afinal, falamos da oposição e o papel desta é esse mesmo: opor-se. Mas há um mínimo que se exige a quem se opõe, logo a começar deve saber do que fala. As declarações de Catarina Martins, ao vivo e a cores aqui, são de uma pobreza franciscana. Concentremo-nos em apenas dois pormenores para o demonstrar: 1) insiste, tal como a outra cabeça do partido, em referir-se a «mais défice», quando o défice está objectivamente - é um dado factual, porra! - a baixar, ou seja, há efectivamente menos défice, o que em tempo de recessão é, realmente, notável; 2) depois tem este pormenor delicioso que é o da referência aos «três dias» [para o fim do ano, presumo] quando comentava dados relativos aos primeiros nove meses do ano. Dado o nível do acto, quase que me dá para ter simpatia pela figura de Francisco Louçã. Enfim, Maria do Céu Guerra protestou há não muitos dias no facebook pelo facto dos não actores estarem a ficar com o trabalho dos actores; Catarina Martins, actriz de profissão, antecipando as dificuldades que lhe esperavam, empreendeu e arranjou um belo palco para representar a sua farsa. Mas as farsas querem-se no palco do teatro e não na política. Que não tenha vida longa como líder do BE.
Objectivo inicial no memorando para encaixe com as privatizações: 5,5 mil milhões de Euros, posteriormente revisto para 5 mil milhões de Euros. Encaixe já realizado com as privatizações: 6,4 mil milhões de Euros. Maximizar o valor a arrecadar com as privatizações não parece ser um dos problemas deste Governo, se bem que isso possa não ser necessariamente bom. Por exemplo, Zorrinho diz desconhecer se «há limites para a aplicação de taxas aeroportuárias»; sem pretender discutir o sentido de impor um limite desses, a verdade é que a sua imposição teria certamente implicação naquilo que o privado estaria disposto a pagar para ficar com o negócio. Ainda assim, é normal que dos dois tipos de crítica muito comuns quando se trata de privatizações, a oposição desta vez tenha de se voltar quase exclusivamente para a "obscuridade" do negócio; os argumentos a favor da retórica do "preço de saldo" dificilmente colariam.