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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Assim, para uma despesa com os atuais pensionistas que não se reduz, as receitas diretas das contribuições para a SS (e CGA) diminuem por duas vias: efeito quantidade (menos empregados) e efeito preço (salários menores), resultando naturalmente num aumento do deficit do sistema de pensões que tem de ser colmatado com transferências crescentes do OE, o que por sua vez implica um aumento adicional de impostos – que em parte voltam a recair sobre os mesmos (poucos) empregados.

A sorte dos que ficam

Acabo de saber que outra pessoa que me é muito próxima, trabalhadora do sector privado e jovem, prepara-se para abandonar o país. Ofereceram-lhe emprego no estrangeiro e ela aceitou. Vai para a Alemanha com o marido, sendo que também ele abandona o seu trabalho no sector privado sem que ainda tenha algo assegurado no destino. Ainda assim, não sei se devo ser eu a desejar-lhes boa sorte ou eles a desejarem boa sorte para mim.

Novas da frente equitativa

Todos os estabelecimentos de ensino superior são bons. Todos os estabelecimentos de ensino superior são igualmente bons. Enfim, a verdade é que há uma série de cursos da treta em Portugal. E a distinção não é exlusivamente feita entre o curso X e o curso Y, mas também entre o curso X na faculdade A e o mesmo curso X na faculdade Z. Neste último caso, pode mesmo existir diferenças consideráveis entre a qualidade de um e de outro curso. Só um tonto é que ignora essa realidade. A maior parte dos alunos (e os seus pais) não ignoram certamente, ou não existisse uma tendência evidente de quem tem as melhores notas no secundário para escolher preferencialmente certos e determinados estabelecimentos de ensino. Da mesma forma que há empregadores privados que, precisando de contratar gente com o curso X e existindo faculdades de A a Z a leccioná-lo, limitam a sua análise de CVs a quem se licenciou exclusivamente na faculdade A e B. O Estado, como grande empregador que é, devia seguir as melhores práticas de recursos humanos que existem nas grandes empresas privadas. Infelizmente, ainda está muito longe de o ter feito. E a verdade é que nunca o fará.

A equidade e o banana

Algumas reacções a que assisto durante o dia de hoje por parte de professores se levadas a cabo por trabalhadores de uma qualquer empresa privada em reacção a uma decisão de um superior hierárquico teriam uma consequência imediata: o despedimento/a não renovação do contrato. Só mesmo no sector público é que quem quer ser contratado acha-se no direito de impor as regras que ditam a decisão sobre a sua contratação. Dito isto, o ministro Crato, tirando o facto de ter sido o responsável final pela saída de Relvas do Governo, tem-se revelado um autêntico banana. Está, portanto, a ter o que fez por merecer.

Espuma dos dias

Esta história das declarações de Draghi sobre o programa são tão simples de perceber que o tempo que se perde em torno delas é digna de um país de gente sem noção. E a nossa comunicação social, nesse aspecto, é do piorio. Em Outubro, quando a Irlanda ainda não tinha decidido ficar à margem de um programa cautelar, já Pires de Lima anunciava as intenções do Governo. Que vai existir programa é aquilo que toda a gente mais ou menos sabe e era o esperado (desejado, seria até mais correcto) há muito tempo, muito antes ainda de parte da nossa comunicação social ter sequer percebido que existiam mecanismos para garantir a possibilidade de tal programa. Diga-se que acho que podíamos/devíamos ter ambicionado regressar plenamente aos mercados como a Irlanda, mas os bloqueios a que se adoptasse a política necessária a tal feito foram muitos e estou convencido que no próprio governo não falta gente que prefere este caminho mais demorado, mas menos agressivo. O que não se sabe é naquilo em que consistirá totalmente esse programa: não se pode saber porque não está negociado. Mas sabemos que a escolha de optar ou não pelo programa cautelar, por exemplo se não gostarmos do resultado das negociações, será sempre nossa. Tanto quanto foi a escolha de chamar a troika. Embora dependendo dos juros da dívida pública exigidos pelo mercado no momento em que tivermos de escolher, deverá ser tipo a escolha entre um doce ou um tiro no pé.

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