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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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    Até fui lá espreitar ao twitter.Não passam de umas...

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We can't trust the insect

 

«Have you ever heard of insect politics? Neither have I. Insects… don’t have politics. They’re very… brutal. No compassion, no compromise. We can’t trust the insect. I’d like to become the first… insect politician. Y’see, I’d like to, but… I’m afraid, uh… I’m saying… I’m saying I - I’m an insect who dreamt he was a man and loved it. But now the dream is over… and the insect is awake. I’m saying… I’ll hurt you if you stay.»

Não ver ao longe

A propósito do debate sobre a reestruturação da dívida, muito boa gente lembrou e bem que o PCP foi o primeiro a assumir esse discurso frontalmente e sem receio. Contudo, lembremos igualmente que o PCP não se intimida com a saída do nosso país do Euro, pelo contrário, o seu cabeça de lista à eleições europeia afirmou mesmo que «é evidente que o futuro do país é inviável dentro do euro». Concorde-se ou não, é uma posição relativamente coerente e que só depende dos governantes portugueses o seu prosseguimento, ou seja, é uma verdadeira alternativa ao que tem vindo a ser feito (anda, anda, ainda teremos daqui a uns anos um manifesto de não sei quantos notáveis, da esquerda e da direita, a pedir a saída do Euro). Recordo isto a propósito da forma como algumas figuras do PS, falando em nome do partido, comentam as nossas relações com a Alemanha e mais propriamente com a sua recém-reeleita chanceler, Angela Merkel (a título de exemplo, hoje acusaram-na frontalmente de ignorância - podiam limitar-se a manifestar, cordialmente, opinião diferente, mas isso, pelos vistos, já não basta -; e quando foi reeleita brindaram a coisa como uma má notícia para a Europa). Enfim, a não ser que o PS também ache que a saída do Euro é bom caminho, não se percebe como é que conseguirá uma reestruturação da dívida sem o consentimento da líder alemã e o que ganha em hostilizá-la desta forma (estes "assomos patrióticos" têm tanto de poético quanto de tonto). Mais: o PS finge esquecer o tempo em que Sócrates, no Governo, ajoelhava-se perante Merkel e suplicava ao telefone para que esta lhe desse uma alternativa à troika. Ignorará porventura o PS que se voltar ao poder em 2015 terá de lidar com Merkel? Não ignorará certamente, mas o PS optou pelos óculos de ver ao perto. Se até para obtermos um programa cautelar, coisa muito menos problemática do que uma reestruturação da dívida, estamos completamente dependentes de Merkel - entenda-se: do que o povo alemão pensa, não ignoremos que esta neste momento até governa coligada com os parceiros alemães do PS no Partido Socialista Europeu -, como pensa o PS obter da chanceler aquilo que diz que é preciso que ela nos dê num futuro não tão longínquo quanto isso? Não pensa, o PS neste momento só pensa em como obter votos dos portugueses. Acabará por cair no ridículo.

Consenso sobre a justiça

Se os portugueses situam um dos maiores défices democráticos do país «no domínio do funcionamento dos tribunais»; se o primeiro-ministro mostra-se surpreendido com a prescrição de processos mediáticos nos tribunais portugueses - note-se que o surpreso não só é quem nos governa, ou seja, é quem tem neste momento a responsabilidade de acabar com estas surpresas, como foi a ministra que tutela a área do seu governo que anunciou o fim do ambiente de impunidade (isto daria vontade de rir, não fosse a coisa ser muito triste) -; se o líder do maior partido da oposição quer apurar responsabilidades no caso da prescrição do caso - como se este caso fosse o primeiro a prescrever e fossem necessários diagnósticos para perceber o que está na origem destes casos -; então, se a posição de uns e de outros é sincera e não se restringe a mero âmbito politiqueiro, numa altura em que se fala tanto em consenso, custaria muito na área da justiça os dois maiores partidos portugueses entenderem-se de vez e procederem a uma verdadeira reforma do sistema? É que se há área onde um consenso devia ser fácil de alcançar, era esta. E como nunca o houve - aquilo que foi apontado como consensos na área nunca passou de simulações para deixar quase tudo na mesma (até porque normalmente é aos dinossauros responsáveis pela justiça que temos que são pedidos os diagnósticos e soluções: perceba-se, nesta, como em muitas outras áreas, e pedindo desculpa por insistir na tecla geracional, era preciso dar mais poder decisório a malta jovem e com outra mundividência e tirá-lo aos dinossauros) -, sempre tive para mim que o verdadeiro consenso, obscuramente e naturalmente nunca anunciado, sempre passou por manter tudo como está, protegendo com isso a malta do costume. E sim, com isto também quero dizer que estou convencidíssimo de que as reformas que a ministra da justiça fez vão deixar muito a desejar em termos de resultados práticos.

Hipocrisia

Quem avisou que a dívida ia tornar-se neste fardo - lembram-se? não faz assim tanto tempo em que a opinião dominante era a de que a dívida não era um problema e tínhamos de gastar à parva: a campanha eleitoral em 2009 foi mesmo feita com a construção da OTA e do TGV como um dos temas dominante: se havia crise, mais sentido esses projectos faziam, lembram-se? e quem fez a campanha nesses termos até a ganhou, lembram-se? -, agora passa por amante da dívida. Quem avisou que as agências de rating tinham muita razão na análise que faziam à trajectória insustentável da nossa dívida - e era acusado de não defender o país por o dizer; país esse onde até havia quem quisesse levar as agências de rating a tribunal  -, agora passa por quem ignora o problema - a lata de alguns acusadores é notável. Os especialistas tugas em Keynes, que citavam abundantemente Krugman - ou porque faziam de conta que o que este defendia para os Estados Unidos podia ser defendido para Portugal; ou porque passavam por cima dos textos que este escrevia sobre a Europa onde era muito claro nas limitações que os países da periferia enfrentavam ao nível das políticas públicas que lhes eram permitidas -, agora descobriram que o cainesianismo - vamos chamar-lhe assim para não manchar o nome de Keynes - por eles defendido tinha um limite e - isto eles ainda fingem não ter percebido - que ao ignorarem isso lançaram o país para um jogo perigoso que aumentou os sacrifícios que tiveram de ser exigidos ao povo português - Vitor Bento, na altura muitas vezes vilipendiado, chamou-lhe o poker da Madeira: nome tão mais apropriado que pouco depois da troika ter-se instalado em Portugal descobrimos que o amigo Jardim tinha acumulado dívida escondida na Madeira. Mas, novamente iludidos, descobriram uma solução para o problema do seu cainesianismo: geramos dívida em políticas cainesianas até ao ponto em que não a conseguimos pagar; chegados a esse ponto, berramos que não a conseguimos pagar e obtemos um perdão fantástico dos credores e, voilá, voltamos a ter margem para prosseguir com as políticas cainesianas. Enfim, o discurso narrativo que alguns tentam impor neste preciso momento é tão ilusório quanto o outro: quer a desvalorizar a dívida, quer a fazer dela o tema central, os nossos amigos cainesianos, do Estado enquanto motor da actividade económica, estão hoje tão a leste da realidade e daquilo que são as nossas possibilidades de actuação como estavam ontem. Para terminar, só uma pequena observação sobre a forma como alguns tentam fazer passar quem avisou para o fardo da dívida por amante da dívida: explicam eles, sempre tão bons explicadores, que a direita - a neoliberal, como não podia deixar de ser - gosta da dívida porque quer usá-la para impor a sua visão de Estado mínimo. Essa direita deve ser muito estúpida, diga-se já: com a dívida que temos, até podemos ambicionar a um Estado mínimo, mas com carga fiscal máxima. É, também por isso, que a ideia do executivo de baixar os impostos em 2015 - excepto se houver mesmo uma outra reestruturação significativa da dívida - não passa de uma medida eleitoralista quase tão vergonhosa quanto a daqueles que em 2009, sabendo do irrealismo da coisa, ainda nos deixaram a discutir os megalómanos investimentos públicos.

Calimeros

Sobre este texto de um dos subscritores do manifesto (como repararão pela quantidade de posts dedicados à matéria, divirto-me imenso com os argumentos dos signatários), algumas pequenas observações: 1) os critérios definidos pelo Presidente da República no seu roteiro não estão em nada relacionados com a sustentabilidade da dívida, mas antes com aquilo que seria necessário obter para atingir uma dívida pública de 60% do PIB num dado momento do tempo. Aliás, é adorável quando o autor do texto usa a expressão «termos níveis de dívida sustentáveis em 2035», como se a relevância da questão da sustentabilidade da dívida não se colocasse neste preciso momento e estivéssemos a lutar para uma coisa insustentável hoje ser, ceteris paribus, sustentável amanhã. Enfim, o homem sociólogo-socrático (ad hominem, sempre o ad hominem) ficou baralhado com os conceitos de sustentabilidade da dívida e prosseguimento de uma política que cumpra os critérios do Tratado Orçamental (nota: a verdade é que os promotores quiseram fazer número e 70 notáveis é bonito, ainda que alguns deles não percebam minimamente do assunto em questão como é por demais evidente). 2) A questão da desejabilidade também é adorável: este caminho (nota: vou ignorar a opinião do autor sobre os resultados deste caminho, para o meu argumento não são particularmente relevantes) é desejável? Não, desejável é que os recursos fossem infinitos. Temos consenso? É que podemos sempre consensualizar sobre os sonhos. Enfim, isto de fazer brotar o consenso do sonho é fácil; fazê-lo brotar da realidade, num contexto em que as medidas a tomar são aquelas que ninguém desejaria aplicar, é outra coisa (nota: podemos usar o argumento da desejabilidade para um doente com cancro que deva ser submetido a quimioterapia?). A questão essencial, a que o manifesto manifestamente não se atreve a responder - quanto muito o manifesto sugere que se lute por outro caminho, não garante que ele exista (note-se, aliás, que é mesmo duvidoso que o próprio caminho que o manifesto sugere não esteja a ser seguido: quem está no Governo não só não ignorará a problemática da dívida como, insista-se, já reestruturou parte da mesma) -, é a da praxe: há alternativa? Se, ainda que isto não seja desejável, nada mais há a fazer que seja mais desejável do que isto, o que sobra? Sobra isto. Se o concretizável é indesejável, é com o indesejável que teremos de saber lidar. 3) Para terminar, o discurso do calimero fica bem aos subscritores. Especialmente aos subscritores a quem não pesa na consciência a seguinte questão: este caminho indesejável era evitável? Quando é que o deixou de ser?

 

(este também é bom)

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