We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
O termo comparativo usado é profundamente infeliz, mas isto, convém repetir, é absolutamente certeiro: «Constâncio considerou que uma pequena economia aberta, integrada no espaço do euro, "não teria restrições financeiras" e se poderia endividar sempre sem prémio de risco». E, independentemente dos termos mais ou menos felizes, termos tido gente a nos governar que acreditava nisso mesmo foi-nos absolutamente fatal. E ainda continuamos a levar com as ondas de choque desse erro de raciocínio. E os (mais ou menos) tolos que acreditaram nisso e tinham a responsabilidade do poder, tendo a realidade vindo a provar, indubitavelmente, que estavam errados, nunca assumiram o erro. Muitas vezes me questiono como é que essa gente, se verdadeiramente e alguma vez se preocupou com o bem estar dos cidadãos e não só com a sua vidinha, tem a consciência tranquila. Todos os que nunca revelaram problemas de consciência, e são quase todos - repito: não me lembro de nem um dos que acreditou que isto do endividamento externo não nos ia trazer problemas de financiamento assumir esse erro -, tomo-os como gente de mau carácter. Só posso ter desprezo por essa gente.
É pegar no relatório e deitá-lo para o lixo. Não há pachorra para o lóbi verde do dr. Moreira da Silva, mais o dr. Vasconcelos, líder do grupo que estudou esta treta da «fiscalidade verde» e que, não por acaso, é presidente de uma empresa que opera no sector das energias renováveis, o que diz tudo o que é preciso saber sobre a sua parcialidade e ponderação na análise dos efeitos das medidas apresentadas. Muito mais do que no caso dos swaps, suspeito que é aqui que reside o calcanhar de aquiles da actual ministra das finanças: sendo esta uma questão essencilamente de fiscalidade, a ministra devia ter a palavra decisiva e deixar o ministro do ambiente a falar sozinho. Mas terá esta ministra poder para se opor à influência de Moreira da Silva? Quererá a ministra sequer opor-se? O ministro tiranete verde parece estar convencido de que, se depender da ministra, tem caminho aberto para fazer o que bem lhe apetece. Que o CDS sirva para alguma coisa.
Ler a imprensa internacional e ver os problemas do BES por tudo quanto é lado, com impacto muito para além de Portugal. Mas reestruturações de dívida são quase sempre coisa suja, para quem ainda não tinha percebido. E, a continuar assim, ainda Vítor Bento nem vai a tempo de fazer o papel de Miguel Cadilhe. Enfim, que o pior cenário nunca se venha a confirmar.
A qualidade das decisões estratégicas da família Espírito Santo tem sido muito elevada, como todos os dias as notícias que vão surgindo nos vão dando conta. Óptima gente para ter papel importante no Conselho Estratégico de um BES que se queria renovado. Enfim, a insistência da família em manter influência no banco só pode traduzir-se num problema de credibilidade.
Muita parra mediática e pouca uva. Mais: a ideia de que a Itália conseguirá liderar qualquer processo de mudança na UE é, em si mesmo, absurda. Eram muito mais realistas as expectativas em relação ao presidente francês (nota: ainda assim, diga-se que estou convencido de que a ideia italiana serve apenas de aperitivo para o inicio de um processo negocial: começa-se sempre por pedir o impossível de forma a obter o possível).
Foi com alegria que assisti ao esmagamento deste Brasil por esta Alemanha imperial, a mesma que já havia espetado quatro a Portugal no seu e nosso primeiro jogo no Mundial. Ainda assim, antes quatro que sete. E talvez que com este resultado se melhor possa compreender que a nossa selecção não estava tão mal quanto aparentou e, afinal, arrisca-se, pela terceira vez consecutiva, a ser eliminada de uma grande competição internacional perdendo apenas para o vencedor da mesma. De registar, também, com o jogo de hoje, que Klose entra na história do futebol, tornando-se o melhor marcador de sempre em mundiais, quando a nível de proezas em clubes não passará de uma pequena nota de rodapé.
E não queria deixar passar a oportunidade para falar de treinadores. Em primeiro lugar, Scolari. Sempre foi mais um bom motivador de jogadores do que um verdadeiro técnico. Muitos dizem dele ter sido o melhor seleccionador que Portugal conheceu. Tenho muitas dúvidas nessa matéria: o homem que pôs bandeirinhas portuguesas por tudo quanto era Portugal em 2004 (na verdade, tenho a ideia de que foi Marcelo Rebelo de Sousa, mas deixem agarrar-me ao mito), teve ao seu tempo uma geração de jogadores que nenhum outro seleccionador, antes ou depois, teve a sorte de ter ao seu dispor. Recorde-se que, pelo menos em duas das três competições em que Scolari liderou Portugal, conseguiu juntar Figo e Cristiano Ronaldo. Numa, em 2004, tínhamos acabado de ver o F.C.Porto campeão europeu e era o seu meio campo, com um Deco naturalizado, quem construía o jogo de Portugal. Em 2008, já Scolari e a equipa portuguesa davam mostras de cansaço, e o homem, legitimamente aliciado pelas verdinhas do Abramovich, saiu para o Chelsea onde as suas fracas capacidades enquanto técnico, sempre mais necessárias num clube do que numa selecção, vieram ao de cima. O resto foi o que se sabe.
Em segundo lugar, Guardiola. Leio e oiço quem diga que a supremacia alemã deve muito a Guardiola. Ou estão cegos, ou recusam-se a ver o óbvio. Esta Alemanha, embora tenha alguns jogadores do Bayern, é a antítese do futebol que o técnico espanhol defende. E adopta muito mais o processo do Bayern de Heynckes, o tal que ganhou a Champions antes do Guardiola ir para lá, aplicando goleadas ao Barcelona do tiki-taka. Isso nota-se, por exemplo, na posse de bola: foi o Brasil quem teve mais bola. Não lhe serviu de muito. Enfim, parece-me indiscutível que o estilo de jogo dos futebolistas alemães adapta-se melhor a um jogo de transições rápidas e directas. Que o espanhol, dado os jogadores de que dispunha - entretanto já se vai ver livre do Tony Kroos -, tenha tentado adaptar uma cultura contranatura no Bayern, explica em parte as goleadas que levou do Real este ano. Nessa teimosia, no ano futebolistico que findou, esteve ao nível de um Scolari.