We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Nos últimos dois meses vi um filme, «The Grand Budapest Hotel», que, contrariamente ao que esperava, não me cativou por ai além. Durante o mesmo período, cedi à tentação das séries americanas e actualmente ando a tentar ver um episódio por dia de «Breaking Bad» (vou no terceiro episódio da quarta temporada e, como me tinha sido garantido por quem já a havia visto, a qualidade da série tem vindo sempre em crescendo, pelo que o muito badalado final promete). Ando também a ler o quarto livro d'«As Crónicas de Gelo e Fogo», de George R.R. Martin, que numa decisão de maximização do lucro da editora portuguesa encontra-se dividido em dois livros na versão traduzida para o mercado nacional (incentivo grande a que, no meu caso, o quinto livro, «A Dance With Dragons», onde foi feita a mesma opção editorial, deva ser adquirido na versão original). E ando a lê-lo porque antes de «Breaking Bad» foi com «A Guerra dos Tronos» mais as suas quatro temporadas que andei entretido e o vício foi de tal ordem que não aguentei ficar sem saber o que se passaria a seguir. Não me arrependendo nem um pouco dessa opção, digo contudo que a série televisiva está tão bem feita que o livro é, neste caso, a obra menor. Obra que tem uma particularidade: não está completa e há dúvidas sobre se o autor conseguirá completá-la a tempo de acompanhar o ritmo da série televisiva. Mas mais do que isso, o que me tem chamado a atenção é os debates que proliferam nos media norte-americanos sobre a obra de Martin: ora é anti-feminista porque contém demasiadas violações, ora falta-lhe diversidade porque são poucos os negros com protagonismo, etc... e com isto fazem pressão sobre o criador da obra/argumentistas da série para que esta seja orientada no sentido que vai de encontro ao seu mundinho do politicamente correcto, onde a criatividade do autor não pode ser deixava à sua liberdade, mas tem de ser orientada, guiada num caminho "correcto". Estes polícias do politicamente correcto são das maiores pragas que há neste nosso mundo moderno. Mas, felizmente, como as vendas dos livros e as audiências da série mostram, é possível usá-los como idiotas úteis: da polémica nasce a publicidade e, voilá, os polícias do politicamente correcto, pensando que vão denegrir a série com os seus longos textos onde frequentemente aparece um «se continuar assim vou deixar de ver a série» e tal, acabam por ajudar a torná-la mais vista. Há muito tempo que é assim: o fruto "proibido" é o mais apetecido. E «Breaking Bad» é o que está a dar.
Um aumento de capital do BES ruinoso? Check. Actuação do regulador que deixa algo a desejar? Check. Auditores que dizem não pescar nada? Check. Accionistas do BES perdem tudo? Check. Empresas como a PT que fazem negócios que prejudicam os seus accionistas sem racional aparente? Check. Empresas como a PT que parecendo beneficiar de inside information evitam perdas ainda maiores no BES? Check. Accionistas dos outros bancos são levados a aceitar perdas pela resolução do caso BES? Check. Atracção de investidores? Not check. É impossível que o caso BES não venha a ter reflexo na dita economia real.
Segundo a CGTP: era de 25,7% no final de 2012; 25% no terceiro trimestre de 2013; agora é de 22,9% no segundo trimestre de 2014. Números muito elevados, reconheça-se, mas a tendência é positiva.
Os bancos queixam-se que a solução encontrada para a "falência" controlada do BES, onde imputa-se parcialmente alguma responsabilidade a todo o sector bancário e se procura defender o contribuinte, é moralmente inaceitável. Bem, se sempre que um banco vai à falência alguém tem de entrar com dinheiro - e com o sistema existente dificilmente sairemos disso -, antes isso seja feito com a responsabilidade a recair sobre os restantes bancos, os tais que estão a coberto dessa "garantia", do que com o dinheiro dos contribuintes. Depois, também os bancos se queixam da supervisão, tal como os pequenos accionistas, parecendo com isso apontar o dedo ao Estado e justificando o porquê de dever ser o contribuinte a pagar pelo pecado do senhor «que está de férias». A regulação teve, tem e terá sempre falhas - e o actual governador do BdP não está imune de erros -, mas só faltava que o risco de existir falha do regulador sobrasse para o bolso do contribuinte, sobretudo quando é evidente que no caso em causa, sem intervenção do regulador, a situação ainda teria descambado para uma situação pior do que aquela que culminou na intervenção ocorrida no último fim de semana, por responsabilidade directa da gestão danosa da administração privada, escolhida pelos accionistas privados, auditada por entidade privada, do banco privado. Perceba-se: se a regulação tivesse actuado melhor, poderíamos estar perante uma situação melhor; mas se a regulação não tivesse actuado de todo, a situação seria ainda pior. Ao defender-se por via da responsabilização do regulador a responsabilização do contribuinte, no fundo, o que muitos defendem, ainda que implicitamente, seria algo que levaria a uma situação de lucros privados, prejuízos públicos. Era bom, não era? Moralmente aceitável é que não era.
Maria Luís Albuquerque é bem capaz de ser a personalidade do Governo que tem vindo a demonstrar maior capacidade de exposição de forma simples, clara e objectiva, denotando calma e conhecimento da matéria, os assuntos que tem vindo a abordar nas entrevistas que dá para a comunicação social, sendo que alguns desses assuntos são verdadeiramente complexos. Já a tinha elogiado a propósito disso mesmo quando ainda era secretária de Estado e a entrevista que deu hoje a José Gomes Ferreira na SIC - um entrevistador macio, confesse-se -, sobre o caso BES/Novo Branco, é outro bom exemplo disso mesmo. Quanto ao sumo da entrevista, a explicação sobre os moldes do empréstimo ao fundo de resolução parece evidenciar que o Governo está convencido de que, de uma forma ou de outra, acabará por ser reembolsado na totalidade do dinheiro emprestado e tal será feito a breve trecho. Assim seja. Se não o for, pelo risco assumido do empréstimo reflectido no juro acordado, estaremos perante gestão danosa do dinheiro dos contribuintes.
Mota Pinto já não vai ser chairman. Era uma escolha da família Espírito Santo que, presumo, procuraria com isso ter influência junto da classe política. Mas da família Espírito Santo, no novo banco, nem o nome sobra.
Por muitas voltas que dêem, é o dinheiro dos contribuinte que entrou em cena no imediato. É seguro que o recuperamos de volta, dirá o Governo, em argumentação que terá o suporte do Banco de Portugal. Talvez, mas então façam-no rapidamente. Marques Mendes tinha falado em seis meses, perante a solução encontrada e a insistência de Carlos Costa de que existem privados interessados no banco, parece-me tempo suficiente para se apurar, de forma absolutamente clara, que o contribuinte não fica a arder. Até porque é de todo o interesse do Governo que a coisa fique resolvida antes das próximas eleições legislativas.