We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Na Irlanda, governada desde 2011 por uma coligação que integra um partido de direita (o Fine Gael, da família política do PSD/CDS na Europa) e outro de esquerda (o Labour, da família política do PS na Europa). Um país que tem tido muito jogo de cintura: há muito que deixou de ser colado aos periféricos do sul, mas, até por isso, são sempre os primeiros a posicionar-se de forma a beneficiar da estupidez dos periféricos do sul. Os outros que façam barulho que se dai alguma coisa positiva resultar, os irlandeses não deixarão de tirar proveito.
A Grécia já beneficiou de um perdão muito generoso da sua dívida. Nessa altura, contudo, para conveniência do poder político europeu, só o sector privado foi envolvido no perdão da mesma e era evidente pelas projecções que se faziam na altura que ainda assim o haircut não seria suficiente para resolver o problema da dívida grega. Nesse sentido, o Syriza tem alguma razão. A minha interpretação para o perdão de então ter ficado aquém do que seria necessário foi a de que não só houve a necessidade de não meter directamente ao barulho os contribuintes dos restantes países europeus, mas também a ideia de que havia a necessidade de manter os gregos com a corda ao pescoço, de forma a tirar-lhes poder negocial no futuro e obrigar-lhes a tomar as medidas estruturais que, evidentemente, não pretendiam tomar. O tempo, nesse sentido, deu razão ao poder europeu. E o Syriza agora bem pode anunciar o fim da austeridade (e o fim da troika) que o problema para o partido da esquerda radical - note-se que são os próprios que se denominam dessa forma: Coligação da Esquerda Radical -, é que do ponto de vista negocial as instituições europeias têm a faca e o queijo na mão e o fim da austeridade está completamente dependente (do dinheiro) destas. Nem uma eventual ameaça com a saída do Euro por parte da Grécia fará grandes estragos porque, apesar dos contribuintes dos países credores irem arcar com boa parte dos custos, entretanto os mercados tiveram muito tempo para se adaptar a essa situação e vigora a ideia de que a mesma será bastante gerível. Um dos motivos que demonstra o quão mais gerível a situação se tornou deve-se à descolagem evidente da Irlanda e de Portugal do caso grego (por aqui já não é preciso vir nenhum partido da esquerda radical com anúncios tontos do fim da troika: a troika já se foi embora e bastou para isso que os programas de ajustamento tivessem sido relativamente cumpridos). Além disso, não é só na questão financeira/económica que acabam os problemas gregos, há também o problema político: os gregos até podiam sonhar com alguma ajuda por parte do poder político na Europa que considera que ajustes à política económica devem ser feitos, mas com o Syriza no poder é difícil ver como se pode concretizar tal sonho: os socialistas espanhóis, por exemplo, estão mortinhos para que as coisas corram muito mal aos gregos nesta fase experimental e o próprio Hollande, em França, só pode desejar mal ao Syriza, pois só assim sai bem na fotografia perante aqueles que à sua esquerda lhe chamam fraco. No fundo, o Syriza é um corpo estranho e distante não só da a direita, mas também da esquerda moderada, que teme com o seu eventual sucesso uma legitimação de formas de organizações políticas mais radicais. Só o nosso PS, ignorando a debacle do seu colega de família política PASOK, é que quase atreve-se a colar ao Syriza. Com tanta alegria socialista ontem, só superada, em larga escala, confesse-se, pela do BE, até parecia que o PS tinha ganho na Grécia. PS: Partido Syriza. Mais a sério: parece-me, portanto e evidentemente, que a posição institucional da União Europeia será, por amplo consenso, de grande inflexibilidade perante o caso grego. Para terminar, diga-se que o apoio da Frente Nacional de Le Pen ao Syriza também ficou por demais justificado com o parceiro de coligação escolhido pelo partido liderado por Tsipras. Quer num caso como no outro, a lógica é: inimigo do meu inimigo, meu amigo é.
Todos os que, em Portugal, manifestam simpatia pelo Syriza, mereciam levar com uma vitória eleitoral do PCP ou do BE. Pessoal do partido socialista à cabeça (que não tarda estará também a torcer pelo Podemos em Espanha).
Basta prestar atenção à tentativa de moderação do discurso por parte do partido grego: mais depressa a Grécia torna a ir a eleições onde o Syriza afunda do que a Grécia sai do Euro.
A presença na zona euro é-nos hoje muito menos hostil do que era quando o actual Governo iniciou funções. Esse menor grau de hostilização acabou também por beneficiar muito o actual Governo - por exemplo, na baixa da taxa de juro da dívida pública e nas reestruturações dessa mesma dívida feitas com o acordo dos restantes parceiros europeus -, mas ainda deverá beneficiar mais o próximo. Com isto não me refiro ao fim da austeridade - dependendo do que se entende por austeridade é possível dizer que este Governo já acabou com ela -, ou ao fim da necessidade de manter um controlo apertado das contas públicas - absolutamente necessário nos próximos anos -, coisa que o próximo Governo só não manterá se for tonto e irresponsável, mas a capacidade que hoje está-nos facilitada de fazer isso mesmo mantendo algum crescimento económico, porque o espartilho do Euro está menos apertado. Há, contudo, quem continue a iludir o eleitorado com o discurso dos novos ventos da Europa, fingindo não entender a forma como se processa a gestão de diferentes equilibrios e interesses dentro da zona Euro. As mudanças "favoráveis" na gestão da zona Euro que o PS aplaude só são possíveis fruto das mudanças "desfavoráveis" levadas a cabo pelos governos nacionais, incluindo o nosso, que o PS crítica. Essa crítica é, aliás, bastante preocupante: se o menor espartilho que o Euro nos impõe não for aproveitado para nos adaptarmos mais rapidamente ao que o Euro exige - as tais medidas duras que os governos nacionais, especialmente os do sul, ainda têm de levar a cabo -, então será pior a emenda que o soneto. E depois há o outro prato da balança: para felicidade de muita gente, a zona Euro finalmente aderiu ao quantitative easing, mas essa política monetária, nos seus efeitos, tem uma base ilusória e terá, com elevada probabilidade, este impacto: «It will benefit the owners of assets and actually wages will remain under pressure through competition and unemployment». A desigualdade vai tornar-se um tópico ainda mais quente nos próximos anos. Não há almoços grátis, nem soluções perfeitas.
O legado que o próximo Governo herdará será extraordinariamente melhor do que aquele que este Governo herdou. Basta olhar para o défice, com indicadores frescos divulgados hoje, e a perspectiva de evolução futura do crescimento da economia e do desemprego feitas por todas as instituições internacionais para o país. Alguns dirão: sim, mas as pessoas hoje estão pior do que aquilo que estavam em 2011. Sem discutir a quê que isso se deve, não é esse o meu ponto: o legado recebido por um Governo é tanto melhor quanto mais propiciar condições para que esse novo executivo tenha capacidade de melhorar a vida das pessoas. E o próximo Governo terá condições para isso como o actual não as teve. E sendo irónico e triste que os autores do legado desgraçado de 2011 venham a ser os beneficiários do legado de 2015, não é menos triste e verdadeiro que os rostos da actual política governativa já cansam e está na hora de os trocar. Mas não deixarei de registar o reconhecimento ao actual Governo pelo trabalho feito ao longo dos últimos anos, com percalços e muitos erros à mistura, mas mil vezes melhor do que o trabalho desenvolvido pelo Governo que o antecedeu.
O primeiro caso flagrante de bastonário-sindicalista foi o de Marinho Pinto na ordem dos advogados, o segundo é o de José Manuel Silva na ordem dos médicos. Pelo menos, a cada intervenção que lhe oiço a falar sobre os médicos e o sector da saúde, tenho enorme diificuldade em distinguir o discurso do bastonário, no conteúdo e na forma, daquilo que costumo ouvir de Mário Nogueira sempre que este fala sobre os professores e o sector da educação. O homem está sempre de dedo em riste e, com recurso a um discurso muitas feitas profundamente demagógico, a culpa da sua indignação é sempre do Governo que nunca acerta uma.
Case study de economia local muito dependente de um único sector - mais cedo ou mais tarde a tendência é para que isso acabe por correr mal - e fraco poder negocial de Portugal perante os Estados Unidos (podemos sempre ameaçar em trazer para cá os chineses, dirá o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro). O resto é chover no molhado.