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O blogue consumia-me muito tempo. Aproveitando a mudança do ciclo político, alonguei as férias. Mas continuo activo no twitter. Podem seguir-me lá.
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O blogue consumia-me muito tempo. Aproveitando a mudança do ciclo político, alonguei as férias. Mas continuo activo no twitter. Podem seguir-me lá.
Há quem imagine um cenário em que, a determinada a altura, o PS terá de recorrer ao PSD para lhe aprovar alguma cena relevante para a governação. E vão ainda mais longe sugerindo que o PS terá capacidade para pressionar o PSD junto da opinião pública para lhe aprovar o que for necessário quando chegar essa altura. Na verdade, este cenário é muito pouco realista: quando e se o PS entrar em ruptura com um dos dois partidos à sua esquerda, isso não teria necessariamente de levar a novas eleições, mas teria certamente de levar à queda do governo de Costa. Não me passa pela cabeça que sendo o PSD necessário para garantir a aprovação de algo indispensável à governação do país, dado o resultado eleitoral e o actual quadro parlamentar, o aceitasse fazer que não na circunstância de ser ele próprio a liderar o executivo. O PS perdeu as eleições. O PS tem menos deputados do que o PSD. É importante perceber isto: o que o PS está a fazer só pode partir do pressuposto de que nunca necessitará do PSD para o que quer que seja. É essa a aposta deles. E é por essa aposta (que na prática poderá significar uma tentativa forçada de desvirturar o que foi o resultado eleitoral efectivo) que terão de ser julgados.
Sobre o descongelamento das pensões, diz-nos a nova coqueluche da esquerda que «ao longo da legislatura isso irá acontecer com todas». Para acomodar as reivindicações tontas da extrema-esquerda e garantir a aprovação do orçamento para o próximo ano, muita coisa tentará o PS atirar para o «ao longo da legislatura». Mas, agora, só podem subir as pensões mais baixas, deve ser mais ou menos como isto (que já vinha acontecendo e que também constituía um «aumento real»): Pensões mínimas vão voltar a aumentar 1% em Janeiro. Perante o colete de forças em que estamos metidos, a forma como a esquerda vai negociar e tentar vender o seu "governo" vai ser muito divertida (aliás, ainda o governo nem existe e já começa a demarcação: «Governo de esquerda? Para já, chame-lhe governo do PS...»). Há um motivo pelo qual BE e PCP não acreditam no Tratado Orçamental, nem no limite de 3% do défice, é que a maior parte das tontarias que defendem não cabem nesses limites. Para as acomodar, das duas, uma: ou o PS viola aquilo que diz pretender respeitar e tanto mais viola quanto mais pretender diferenciar-se do que o executivo de direita já vinha fazendo, ou bem que não faz muito diferente do que já vinha sendo feito. As coisas são o que são.
«Seria demagógica se dissesse que seria possível ter 600 euros em 2016, não é possível». Olha os demagogos: PCP quer salário mínimo de 600 euros «no começo de 2016» (a medida estava, aliás, no caderno de encargos que o PCP exigiu publicamente ao PS para viabilizar-lhe o governo).