Pós-5 de Junho
Passos Coelho, depois de uma manhã com declarações atabalhoadas e nem sempre claras, acabou por clarificar tudo ao garantir que só governa se ganhar. Com isto fechou as portas à possibilidade de existir um Governo de coligação entre o PSD e o CDS sem que o primeiro seja o mais votado - e ainda que os resultados eleitorais possam gerar uma vontade diferente da agora anunciada, já não haverá volta a dar. Dito isto, e ponderando todas as consequências de tal tomada de posição, por um lado não me agrada que tenha sido este o caminho seguido; por outro, compreendo que a pressão era muita para que assim fosse. Com isto, esgota-se o argumento mais importante do CDS/PP contra o voto útil à direita no PSD. E é certo que ninguém vota equivocado: ou o PSD fica à frente do PS, ou Sócrates continuará como primeiro-ministro. Neste último caso fica apenas por decidir se o PS governará em coligação com o PSD sem Passos Coelho, ou com o CDS/PP de Paulo Portas.