Debate
A coisa resume-se em poucas palavras: Sócrates nem conseguiu demonstrar o radicalismo ideológico do programa do PSD, nem tornou evidente qualquer impreparação por parte do líder do PSD. Por outro lado, Passos Coelho insistiu com eficácia na questão da responsabilidade de José Sócrates pela situação em que nos encontramos e deixou a nu o vazio programático socrático. Mas foi na atitude confiante e combativa que Passos marcou mais pontos. Nos debates e entrevistas passadas, Passos Coelho aparentava alguma falta de convicção. Contudo, neste debate demonstrou estar convicto de ter a razão do seu lado e saiu com ar triunfal - e com isto terá diminuído consideravelmente alguma da desconfiança que o eleitorado podia ter para com a sua pessoa. Mas no essencial, tal como afirmou Maria João Avillez, o debate resumiu-se a isto: «ganhou a certeza que Sócrates chegou ao fim». Espero que as sondagens futuras reflictam isso, sobretudo pelo efeito que o debate pode ter sobre os indecisos.
Para terminar, refira-se que a sondagem da Católica realizada após o debate deixa pouca margem para dúvidas: 46,4% deram a vitória a Passos Coelho; 33,9% a José Sócrates; e 12,7% consideraram que foi um empate.