O futuro ministro das finanças
Esta coisa dos prazos apertados aumenta a importância que tem de ser atribuída à escolha do próximo ministro das finanças. Este não pode ser um individuo que vá para o cargo com necessidade de perder tempo a inteirar-se dos assuntos que dizem respeito ao ministério. E não só tem de estar por dentro dos principais tópicos acordados no memorando de entendimento com a «troika», como tem de ter uma ideia clara de como cumprir o acordado. Do lado do PSD não me parece difícil adivinhar quem é a figura apropriada para o cargo. Homem experiente, que não precisa da política para nada, com carreira feita, incluindo anterior passagem pelo cargo de ministro das finanças, podemos até questionar-nos sobre o que levará um homem como Eduardo Catroga a aceitar tal missão nestes tempos difíceis, mas tenho poucas dúvidas de que não só aceitará o cargo - há rumores de que já aceitou - como, fruto das negociações que liderou em nome do PSD - quer para o OE2011, quer com a «troika» -, será difícil encontrar alguém mais habilitado do que ele para a tarefa hercúlea que se adivinha. Isto não implica que não tenha defeitos, mas as circunstâncias contam e estas limitam muito a capacidade de escolha no momento actual. O que já não sei responder, até porque o candidato não anda muito bem acompanhado no domínio económico, é em quem recairia a escolha caso o engenheiro Pinto de Sousa ganhasse as eleições. Só sabemos quem não seria: Teixeira dos Santos. Mas de quem colocou Silva Pereira como membro integrante da equipa de negociadores com a «troika», não faço ideia do que esperar. Enfim, que estupidez a minha perder tempo a pensar nesta matéria: esta é questão que não se colocará. É que já só faltam 5 dias para nos livrarmos de José Sócrates.