Crescimento económico
O memorando de entendimento com a «troika» pode não ser um objecto fechado e sujeito a uma única interpretação, mas é óbvio que indica um caminho para o crescimento económico que passa necessariamente por um redimensionamento do peso e da influência do Estado na economia. Quando Seguro lamenta que o novo Governo não dê indicações claras sobre o caminho para o crescimento económico e a diminuição do desemprego, das duas uma: ou não faz ideia do que é e para que serve o memorando de entendimento, ou não concorda com o caminho adoptado por esse mesmo memorando de entendimento. Infelizmente, em qualquer um dos casos, só devemos lamentar a eleição de Seguro como líder socialista, pois o PS foi o primeiro a assinar o memorando em causa e devia ser o primeiro a estar comprometido com o rumo traçado. E assinou-o, é bom lembrar, porque o caminho que estava a ser anteriormente trilhado levou-nos a um beco sem saída. Dito isto, é positivo que Passos Coelho não passe a vida a lamentar-se com o passado, mas será igualmente positivo que Seguro não faça tábua rasa da história recente do partido de que é líder. E por muito que isso custe a alguns socialistas, o memorando de entendimento com a troika deu-nos um novo rumo e pela força da assinatura está tão comprometido com esse rumo o primeiro-ministro como o líder do maior partido da oposição. Conclusão: fica mal a Seguro andar a questionar qual é o rumo, mas mal por mal, antes ter o líder da oposição à nora do que o país inteiro. Valha-nos isso.