Negociações, OE2011 e Cavaco Silva
Foi preciso o Armagedão, mas o governo chegou à conclusão óbvia: Agora decidiu aceitar reavaliar as PPP já contratadas e admite recuar em todo o projecto TGV. Sócrates foi vergado e, depois disto, fica claro que o engenheiro relativo não tem qualquer projecto de concretização viável para Portugal. Um governo sem projecto, é um governo morto. Ou seja, mesmo que não admitissem suspender o TGV, já não continuarão no governo por muito tempo, mas é bom que comecem eles próprios a desfazer as asneiras que fizeram. Isto, é triste: Governo cedeu nas deduções fiscais, PSD na taxa social única. O que equivale a dizer que o IVA subiu 2 pontos e o PSD aceitou, contrariando o que tinha prometido. O PSD foi forçado pelas circunstâncias? Pois foi, e forçados seremos todos nós, portugueses, a pagar em impostos o despesismo socialista. Verdade seja dita que se Passos Coelho tivesse seguido o caminho de Ferreira Leite para o OE2010, este orçamento seria ainda pior do que é, mas também não é menos verdade que tornava mais difícil o discurso de colagem do PSD ao orçamento aprovado. E recordo o debate de Passos Coelho e Paulo Rangel para a liderança do PSD: o primeiro dizia que não seria preciso aumentar impostos, o segundo dizia que não tinha tanta certeza se assim era. Mas os políticos nunca aprendem, pois parece que não compensa ser honesto no que se afirma. Por fim, a declaração de Cavaco Silva a forçar o entendimento foi ouro sobre azul para o actual presidente: em termos simbólicos, Cavaco reforçou a sua autoridade e a sua posição como garante de estabilidade política em Portugal. Fica ligado à aprovação de um mau orçamento? Se o orçamento é mau, a culpa é da distribuição dos deputados eleitos na Assembleia da República, recordo que não foi Cavaco quem decidiu a representação actual, foi o povo português, há pouco mais de um ano. Quiseram o PS de José Sócrates no poder e a continuação das políticas socialistas? Têm o que escolheram (não necessariamente o que merecem, pois ninguém merece isto). Mas não foi por falta de aviso, incluindo do próprio Cavaco Silva.