Parque escolar
Por falar em mentiras (aqui e aqui, por exemplo), leia-se isto: «O ministro Nuno Crato indicou que o custo unitário das escolas intervencionadas está agora nos 15,4 milhões de euros, lembrando que em 2007, quando da apresentação do programa de modernização a cargo da Parque Escolar, foi dito que seria de 2,82 milhões». O ministro usou uma base discutível para vender uma mensagem? Certamente, mas confesso que daquilo que lhe ouvi não o apanhei a mentir. Mais depressa acho que Oliveira mente quando escreve que «Crato garantia estar no relatório» o tal desvio de mais de 400%. Além disso, quem lê o relatório da auditoria percebe que, independentemente do valor inicial que se tome como referência, as contas da Parque Escolar derraparam e muito. Ponto final. E não deixa de ser comovente esta defesa do pessoal do BE à Parque Escolar. Claro que para quem acha que estamos numa fase em que se justifica meter pessoas a abrir buracos para fechá-los logo de seguida, as contas são mero pormenor. Interessa é fazer obra. Até porque mais tarde, se necessário, as dívidas não são para pagar e o facto do emprego gerado por estes projectos não ser sustentável é outro mero pormenor.
Para terminar, e ainda sobre o artigo do cronista Oliveira, este abre logo assim: «há uns meses, o governo, numa iniciativa inédita, mandava suspender as obras de renovação das escolas públicas. Com um comportamento bem diferente daquele que tem com as muitas Parecerias Público-Privadas». É ver o caso do Túnel do Marão. Já agora, ainda que mal pergunte, qual é a posição do BE sobre o túnel do Marão?