Má gestão e caso de polícia
O União de Leiria parece ter destino traçado e a pergunta que se impõe é quantos outros seguirão o mesmo caminho? Para a história registe-se que o município local, com o apoio do Estado português, construiu-lhes um estádio novinho em folha no qual, por motivo de dificuldades financeiras, já nem conseguiam jogar. Vai-se o clube, mas fica o elefante branco. Outros clubes em situação idêntica ou que para lá caminham procuram a fuga em frente, com pedidos ridículos de alargamento da Liga profissional e buscas desesperadas por aumentos das receitas televisivas. Uma fuga que esbarra na resistência dos grandes do futebol nacional que têm procurado refúgio num modelo de gestão que colide com as exigências dos mais pequenos. Entre outras coisas, os grandes têm a Europa para lhes proporcionar receitas directas ou indirectas, com a venda de jogadores valorizados por boas campanhas europeias, e não querem prejudicar esse filão. Dito isto, não deixa de ser curioso que a Liga de clubes lembre-se de criticar o sindicato dos jogadores por «má gestão» quando são muitos os clubes da Liga que têm salários em atraso para com os seus jogadores; exemplos flagrantes de má gestão é o que não falta. Já o presidente do U. de Leiria fala em «caso de polícia», tendo em conta algumas relações da política com o futebol e o desperdício de dinheiros públicos que houve no sector, não posso deixar de pensar que a expressão é boa, só estará aplicada ao caso errado.