Defender Portugal
«Porque é que o primeiro-ministro português não defende os nossos interesses?» Este PS, em tudo, já está igualzinho ao outro PS. Esta gente não precisou de um ano para acenar alegremente todas as bandeirinhas que tinha durante a última campanha eleitoral. Afinal, muda a liderança, mas o partido é o mesmo. E esta incapacidade de mudar, de perceber o que correu mal no passado, é um dos atritos que não deixa este país andar para a frente. Se do PS dependermos, é sinal de que não conseguimos aprender nada com os erros do passado e estamos condenados a repeti-los, até porque a memória é fraca. Houvesse memória... mas para já o PS só quer que haja dinheiro (dos outros) para gastarmos. «Com o PS, não haverá mais austeridade nem mais sacrifícios para os portugueses», diz o tolo. Não o pode prometer - dizer pode porque está de fora - porque o dinheiro é dos outros e a decisão sobre essa matéria passa por eles. Mais do que isso: esta crise está para durar, sem mudança significativa - e tenho dúvidas que a política do actual Governo tenha intensidade suficiente para promovê-la -, as críticas à austeridade de agora vão ter tanto valor quanto as críticas à austeridade de Ferreira Leite. Daqui a dez anos estaremos num buraco maior e a necessitar de mais sacrifícios. Numa sociedade com interesses diversos e conflituosos, os nossos políticos têm invariavelmente e repetidamente defendido o mesmo conjunto de interesses, já mudavam de prioridades...