Polémicas estéreis
Esta, que merece destaque em quase toda a imprensa nacional e muitos comentários críticos da turba enraivecida, com acusações de «cunha» à mistura. Sem discutir a justificação para a existência de apoios do Estado - ou a falta de senso em publicar anúncios com candidato escolhido à partida -, só quem desconhece totalmente os procedimentos de contratação da maior parte das empresas é que ignora que estas recorrem, na maioria dos casos, aos apoios financeiros do IEFP quando já têm um candidato escolhido previamente e que o IEFP, naturalmente, dá seguimento às pretensões da entidade empregadora (nota: em relação ao caso concreto que gerou a polémica, até não me admiraria que a candidata referenciada estivesse a ocupar exactamente a mesma vaga na mesma empresa ao abrigo de outro programa do IEFP, o dos Estágios Profissionais). É assim há muito tempo e dificilmente poderia ser de outra maneira, a não ser que se julgue que o Estado deva forçar as empresas privadas a aceitarem os candidatos que os técnicos do IEFP bem entenderem enviar. De resto, basta dar uma vista de olhos por boa parte dos anúncios de oferta de emprego disponíveis na internet para encontrar como requisito para aceitação da candidatura que o candidato reúna as condições para usufruir dos apoios do IEFP. Maior clareza sobre a forma de funcionamento do sistema não podia existir. Resta o aviso para quem está à procura de trabalho: não vale a pena esperar que o IEFP arranje um emprego caído do céu, é preciso ser pró-activo e ir directamente às empresas. Mas se nesta altura do campeonato há quem ainda não tenha percebido isto...