Tiro-lhe o chapéu!
O homem pode ter muitos defeitos, mas há uma coisa que aprecio verdadeiramente em António Borges: não lambe, porque não precisa, o cu à elitezinha portuguesa, inclusive a elite empresarial que sempre viveu agarrada às saias dos nossos governantes (e que detesta aqueles que não lhes dão abrigo debaixo da saia). Tiro-lhe o chapéu! Fazia falta ao país mais gente assim, mas os que há contam-se pelos dedos da mão. E, não por acaso, um dos poucos que conseguiu ganhar essa mesma independência em relação à elitezinha portuguesa - a que, acredito eu, não é alheio o facto do seu sucesso depender cada vez menos do que acontece por cá -, não se importou de contratar Borges. Falo, é claro, de Alexandre Soares dos Santos.