Baptistas da Silva há muitos
«Este Governo tem sido incapaz de cumprir qualquer das metas a que se propõe, em três dias não vai acontecer nenhum milagre com certeza e, portanto, os sacrifícios que foram pedidos aos portugueses em nome do equilíbrio das contas públicas são completamente inúteis [...] Não é uma novidade, todos percebíamos que quem semeia recessão, colhe mais défice e mais dívida». Comecemos pelo básico: quem compreende minimamente o problema que levou o Governo de José Sócrates a chamar a troika, olha para os dados revelados pelo INE e percebe que a economia portuguesa está a caminhar no sentido de corrigir os graves problemas que a afectam. Não ao ritmo desejado, mas, ainda assim, a caminhar no bom sentido. Claro que não faltam indicadores, como o da taxa de desemprego, para demonstrar que ainda está muito por fazer, pelo que é natural que da oposição não venham palavras de elogio para os resultados obtidos pelo Governo, afinal, falamos da oposição e o papel desta é esse mesmo: opor-se. Mas há um mínimo que se exige a quem se opõe, logo a começar deve saber do que fala. As declarações de Catarina Martins, ao vivo e a cores aqui, são de uma pobreza franciscana. Concentremo-nos em apenas dois pormenores para o demonstrar: 1) insiste, tal como a outra cabeça do partido, em referir-se a «mais défice», quando o défice está objectivamente - é um dado factual, porra! - a baixar, ou seja, há efectivamente menos défice, o que em tempo de recessão é, realmente, notável; 2) depois tem este pormenor delicioso que é o da referência aos «três dias» [para o fim do ano, presumo] quando comentava dados relativos aos primeiros nove meses do ano. Dado o nível do acto, quase que me dá para ter simpatia pela figura de Francisco Louçã. Enfim, Maria do Céu Guerra protestou há não muitos dias no facebook pelo facto dos não actores estarem a ficar com o trabalho dos actores; Catarina Martins, actriz de profissão, antecipando as dificuldades que lhe esperavam, empreendeu e arranjou um belo palco para representar a sua farsa. Mas as farsas querem-se no palco do teatro e não na política. Que não tenha vida longa como líder do BE.