Da supremacia
De cada vez que apresentam a Pelé o novo melhor jogador de futebol de todos os tempos, o brasileiro responde com a simples recordação dos três títulos de campeão do mundo que tem no currículo. Nos últimos cinco anos, aquela que muitos consideram a melhor equipa de todos os tempos, ganhou duas Ligas dos Campeões. É bom, mas está longe de justificar o título de melhor equipa de todos os tempos (para efeito de comparação com um registo recente, recorde-se que o Real Madrid, no período 1997-2002, nos mesmos cinco anos ganhou três Ligas dos Campeões). Já o Bayern de Munique, equipa cujo valor é frequentemente desprezado, vai para a terceira final nos últimos quatro anos. Não é perfeito, mas é um registo muito bom. Dito isto, mantenho que o meio campo do Barcelona terá sido o melhor que o mundo alguma vez conheceu - até porque aos títulos do clube, temos de somar os títulos na selecção -, já o estatuto de melhor equipa de todos os tempos, terá de ser considerado um manifesto exagero (ao futebol de posse, faltou sempre alguma eficácia). Por outro lado, o Bayern sabe que esta nem será a melhor equipa que teve, basta recordar esse Bayern da década de 70 que ganhou três Ligas dos Campeões seguidas e que serviu parte dos jogadores que possibilitaram à Alemanha ganhar o Europeu de 1972 e o Mundial de 1974. Garantido é que com os 7-0 em resultado agregado que o Bayern acaba de aplicar ao Barcelona, a que se soma a eliminação do campeão espanhol Real Madrid na época passada, o clube bávaro deixa claro que a supremacia do futebol espanhol, se é que existiu, não existe mais.