Velho rumo
Os patrões reconhecem a importância da aposta nas exportações, mas sublinham que o mercado interno não deve ser descurado. As confederações patronais com assento nas negociações de concertação social, que estão longe de representar todos os patrões do país e muito menos aqueles que mais importa preservar, estão-se é a lixar para a aposta nas exportações que esse caminho dá muito trabalho, implica assumir riscos e isso é uma coisa que eles detestam. Um novo rumo? Eles não querem um novo rumo, na melhor das hipóteses estarão a tentar dizer ao governo para procurar mudar de rumo de forma mais lenta que a esta velocidade eles não aguentam. Não anseiam por algo novo, têm saudades é do passado. E, no fundo, esse é um dos problemas do país: o novo rumo demora a impor-se, se é que alguma vez irá impor-se, também porque a maior parte dos nossos empresários são manifestamente incapazes de lutar por ele. E uma nova leva de empresários, oriunda da geração mais bem preparada de sempre, como se auto-intitulam, teima em não surgir. Mas compreendo a nova geração, os melhor preparados antes preferem ir fazer carreira no exterior do que tentar montar negócio neste país de lobistas, mamistas, burocratas e outros empecilhos vários.