Círculo do poder
José Luís Arnaut é o 41.º mais poderoso da economia. Estes rankings valem o que valem, mas o simples factos da nulidade do Arnatur entrar nele, revela muito do que é preciso saber sobre o país. E ele lá está, volta e meia, a dar a cara na televisão em defesa do PSD. E eu, por achar-lhe de argumentação tão fraquinha, questiono-me: quem se lembrou dele? Como é que chegou ali? Só posso imaginar. Mas o poder tem mistérios que desconheço. Contudo, uma análise ao seu percuso profissional, dirá alguma coisa. Licenciado em direito na brilhante e reputadissima Lusíada (nota: além de Pedro Passos Coelho, a Maria Luís Albuquerque também o é, o que não abona muito a seu favor, mas isso é uma discussão longa: é que podia haver um ou outro caso de quem licenciado em universidade privada tivesse chegado longe na política, mas os casos são tantos que só não estranha quem está muito distraído - e, sim, com isto estou a assumir o que é óbvio: os melhores alunos entram normalmente em universidades públicas que são, aliás, as mais prestigiadas), iniciou actividade na Pena, Machete & Associados e destacou-se no PSD, sobretudo, como braço direito de Durão Barroso, do qual foi ministro-adjunto, ou seja, é o Pedro Silva Pereira do nosso querido e fugitivo Cherne, servindo de cão de fila deste sempre que preciso. Tendo isto em conta, se querem um retrato de um produto do regime, este Arnaut parece-me caso exemplar.