O Estado irreformável
O Estado não pode falir. O Estado não pode baixar salários. O Estado não pode despedir. O Estado é o melhor dos patrões. Palavra de Tribunal Constitucional. E sem lei da mobilidade especial e trabalhando para um patrão assim, bem pode o Governo avançar para um plano de rescisões amigáveis que o número de aderentes será residual. Além disso, a avaliar pela bitola dos actuais juízes, suspeito que o que o Governo pretende fazer no campo das pensões de reforma também será inconstitucional, pelo que sobra a mesma solução de sempre: recorrer ao contribuinte. Como o contribuinte não paga tudo, porque já não consegue, e não se podendo cortar significativamente nas despesas com pessoal e prestações sociais, vamos ter o Estado a cortar noutras despesas que não essas, comprometendo evidentemente a qualidade dos serviços que presta. Bem, mas como há quem ache que este tipo de decisões ajuda a explicar os dados económicos positivos que apareceram no segundo trimestre, confesso-me expectante, 2014 há-de ser um ano fantástico. Mas, pelo sim, pelo não, deixem-me ir comprar um bom livro sobre a história política e financeira da cidade de Detroit. Deve dar uma boa leitura.