É preciso explicações, calem os explicadores
«O governo que deixe de falar em convergências e venha explicar porque é que o sistema está em risco. Como é possível tomar uma medida destas sem uma explicação?». O ilustre comentador terá dito isto perante a mesma Judite de Sousa que, segunda-feira sim, segunda-feira não, leva com Medina Carreira a explicar de forma muito simples - o que faz há anos - porquê que as pensões estão em risco. Nesta altura, só alguém muito distraido é que não sabe porquê que o Governo quer avançar com cortes nas pensões (nomeadamente nas do sector público, que tinham um regime sobremaneira mais favorável). O problema não é de explicação, é de impopularidade da medida, pois como se sabe sempre que alguém passa a receber menos do orçamento de Estado acha sempre que tal não tem explicação. Aliás, que o problema não está na explicação é muito claro quando Marcelo pede que «façam desaparecer Maduro e Rosalino que não se perde nada». Estamos a falar precisamente das duas pessoas do Governo que não se têm cansado de explicar porquê que é preciso cortar nas pensões, bem como a forma como tentarão fazê-lo. Enfim, o que Marcelo queria era que o Governo se relegasse para a posição que Seguro aqui há uns dias andava a dizer que seria a posição adoptada: a de esconder o que pretende tentar fazer, pelo menos, até as autárquicas passarem.
Nota: sou informado que desta vez não foi Judite de Sousa que conduziu o comentário semanal. Fica o registo.