Cooking Up a Storm
But is the Portuguese political establishment capable of rising to these challenges? Mr. Portas's self-serving antics this summer may have secured him promotion to deputy prime minister, but only at massive cost to Portugal's credibility. The Socialist Party incites populist opposition to policies it must know it will have to adopt in government. The Constitutional Court's egregious rulings suggest it is more interested in protecting civil-service privileges than exercising responsibility to the wider economy or fairness toward younger generations. Concorde-se ou não, é isto que pensam lá fora sobre nós. E é isto que anda na cabeça dos gajos dos mercados (leia-se o que diz a PIMCO ou a S&P's). Pacheco Pereira talvez seja capaz de afirmar que o WSJ está ao serviço da propaganda de Passos Coelho e, enfim, talvez o primeiro-ministro seja mesmo esse génio capaz de pôr a imprensa internacional e os players do mercado a atirar culpas para Portas e o Tribunal Constitucional, mas, assim sendo, fica sempre a pergunta sobre o porquê de não usar tal genialidade e capacidade de influência para impor uma narrativa lá fora favorável a Portugal e ao seu governo. Talvez porque a narrativa predominante nos mercados não tenha nada a ver com a propaganda de Passos Coelho e tenha mais a ver com alguns factos que em Portugal gostamos muito de ignorar. Em muitos aspectos, a situação actual recorda-me o período do descalabro socrático: estamos a adoptar uma posição autista em relação às leituras que fazem lá fora sobre nós. Da outra vez que tal aconteceu, sabe-se como é que a coisa acabou. Não foi bonito.