Ou não são vítimas ou estão muito confortáveis nessa posição
Tão poucos que eles são. A esmagadora maioria são masoquistas: querem continuar a ser as vítimas que mais sofrem com a crise. Enfim, já nem me apetece recordar os desempregados involuntários, mas dessem iguais condições de rescisão amigável em todas as empresas do sector privado e veriam como a proporção de trabalhadores no privado que optaria por rescindir seria esmagadoramente superior à que se perspectiva que venha a acontecer no sector público. Quase todos nós conheceremos pessoas que trocaram de emprego no sector privado; poucos de nós conheceremos pessoas que tenham saído dos quadros do Estado para o sector privado. Eles são, para todos os efeitos, uns privilegiados. E são os primeiros a reconhecê-lo: não com o palavreado, mas com os actos que praticam.