Ainda sou do tempo
«Perante um auditório cheio, maioritariamente masculino e com poucos jovens», ou seja, um auditório semelhante ao que brindou Soares recentemente na Aula Magna, ainda que neste último caso não tivesse sido propriamente para uma homenagem. Mas depois o que fica ouvindo os que vão a estas coisas, seja por que objectivo for, é sempre o mesmo: já não há homens destes. Pois eu acho que os jovens devem procurar referências no passado que sejam exemplos de conduta e integridade, está claro, mas também devem ter presente - e julgo que têm, também por isso a sua ausência destas brigadas do reumático - que devem trilhar o seu próprio caminho e que os tempos de hoje exigem homens com ideias diferentes das do passado. E imponho esta nota mental a mim mesmo: quando chegar a uma certa idade, conto nunca vir com a ladainha de que «no meu tempo é que era».