Muito bem
Na comissão de inquérito ao caso BES, pelo menos daquilo que tenho visto, muito bom o trabalho desenvolvido pela deputada Mariana Mortágua. Só por isto, o BE já merece uns votozinhos. Não o deixem desaparecer já.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Na comissão de inquérito ao caso BES, pelo menos daquilo que tenho visto, muito bom o trabalho desenvolvido pela deputada Mariana Mortágua. Só por isto, o BE já merece uns votozinhos. Não o deixem desaparecer já.
O tempo perdido em torno da discussão sobre a exposição dos bustos dos Presidentes da República no Parlamento é ridículo, mas nem por isso deixa de ser revelador do motivo pelo qual é tão difícil imaginar o PS coligado com outros partidos do actual quadro parlamentar que não os à sua direita.
Mais dados para cima da mesa. Dados que colocam o próprio Parlamento, perante a informação prestada aos jornalistas, na berlinda. E o busílis da história mantém-se: Passos Coelho recebeu, ou não, dinheiro da Tecnoforma enquanto era deputado no final da década de noventa? É a partir desse pressuposto que todas as outras acusações fazem, ou não, sentido. A suspeita de que o terá recebido - facto que o próprio optou, alegando falta de memória, não negar de pronto -, coisa que pode ser suficientemente grave, independentemente da sua prescrição perante a justiça, para justificar a queda do primeiro-ministro, não pode ficar no ar como se nada fosse. A questão agora é essencialmente política (é o carácter e a seriedade do homem que lidera o Governo o que está em causa) e seria inadmissível que viesse a morrer em águas de bacalhau sem que mais esclarecimentos fossem prestados.
Aos elogios iniciais à sua eleição para PAR, seguiu-se o inconseguimento frustacional. A senhora foi juíza do Tribunal Constitucional, se soubesse o que sei hoje, era mais fácil adivinhar que não devia ter esperado grande coisa dela. Dito isto, diz Passos que devemos melhorar a qualidade da escolha dos juízes dos TC: tem razão e o exemplo americano é precisamente aquele que deve ser apontado nestas coisas. A relevância da escolha dos juízes do Supremo é tão grande nos Estados Unidos que em campanha, quando está previsto o mandato presidencial em causa coincidir com um momento em que algum novo juiz irá ser escolhido, a coisa é sempre tema importante e relevante para a decisão do eleitorado (e a comunicação social não deixa de fazer contas entre os juízes com maior pendor conservador e os com maior pendor liberal no histórico das decisões tomadas). Perante a relevância acrescida que os majestosos juízes do TC passaram a ter nas nossas vidas, é preciso acentuar o controlo democrático de quem ocupa tão importante lugar. E o controlo democrático existe por via da sua escolha na AR. Mas, até por isso, não deixa de ser curioso que pelo menos um dos juízes que anda a lixar a vida ao Governo tenha sido indicado por um dos grupos parlamentares dos partidos que o apoiam nesta mesma legislatura. Não souberam precaver-se na escolha que fizeram, agora amanhem-se.
Deputados que sobre uma mesma matéria, num curto espaço de tempo e sem motivo que o justifique, mudam o sentido de voto. Quem me lê, saberá que não aprecio propriamente nenhuma delas, mas neste caso específico, pela forma como actuou desde o primeiro minuto, no duelo das Teresas, a Leal Coelho deu goleada à Caeiro.
«Não sei quem foi [que propôs o modelo], mas as ideias são estúpidas independentemente de quem as tem». O Costa não sabia quem foi e eu sou o pai Natal. Enfim, cada um tem direito à sua opinião: em 2009, todos os partidos pareciam contentes com o novo modelo e até o primeiro-ministro socialista de então gabou-se de ter apoiado um modelo, numa reforma com a qual disse sempre ter estado de acordo, que dava maior voz à oposição. O problema, quer-me parecer, não está no modelo, mas na incapacidade dos vários intervenientes na Assembleia da República saírem do mesmo registo discursivo há meses. O resgate e a presença da troika limitaram o âmbito do discurso político em Portugal e levar a cada quinze dias com uns tipos a debitarem a mesma lengalenga uns aos outros não é propriamente apelativo. Nestas circunstâncias, não sendo o modelo em si estúpido, todos os que nele são obrigados a participar é que parecem um tanto ou quanto estúpidos.
Voltem à Grândola, sff.
A observação é inadmissível e o próprio reconheceu-o prontamente, mas, imaginando-me no papel dele, não nego que percebo a exasperação de Rosalino e o caso remete-nos para a qualidade dos deputados que temos. Desculpem-me se parecerá sobranceria, mas ter a assistente administrativa Aiveca a questionar o secretário de Estado sobre uma medida «técnica e de difícil compreensão», não me parece lá grande espingarda, sobretudo quando a própria, e só pelo curriculum não tinha necessariamente de ser assim, demonstrou inequivocamente ser incapaz de perceber o básico.
Em 1998, um diploma da JS que previa um prazo de dez semanas para a IVG, foi a votos na AR e obteve aprovação na generalidade. Contudo, dada a sensibilidade do assunto, Guterres e Marcelo combinaram avançar com um referendo sobre a matéria, dando directamente ao povo a oportunidade de exprimir a sua opinião. Nesse referendo, o não ganhou, tendo posteriormente, em 2007, um outro sobre o mesmo assunto acabado com o triunfo do sim. Foi um acto antidemocrático, berrará a deputada Moreira. Enfim, a deputada Moreira é uma artista quando está calada. Acrescente-se que houve vários motivos para o «não» ao aborto ter vencido em 1998, quando já na altura, é minha convicção, o sentimento dominante da maior parte dos portugueses era favorável à lei. Se existir referendo à co-adopção, fica desde logo o meu conselho a quem defende a causa: quanta menor for a visibilidade dada à deputada Moreira, melhor.