We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Lembrando que o valor do SMN em Portugal é «o mais baixo dos países ocidentais da Europa o que, em termos reais, está abaixo do salario mínimo verificado em 1974». A acreditar nisto que leio, a malta do CDS que subscreve a moção que Pires de Lima levará ao congresso do partido, onde muito me espanta encontrar Adolfo Mesquita Nunes entre os subscritores, que use os argumentos que bem entender para defender a subida do salário mínimo nacional, agora, ir buscar 1974 como ano para comparação é que não. Saber um pouco da história económica nacional não lhes ficava mal. Infelizmente, o dr. Soares também anda agora muito esquecido, pois o homem que introduziu igualmente os contratos a termo em Portugal, poderia explicar a este CDS travestido de PCP como o salário mínimo nacional fixado em 1974 era absolutamente absurdo e totalmente desfasado da realidade. Tanto que o dr. Soares, com a ajuda do FMI, no biénio 1977/78 tratou de provocar uma baixa no SMN, em termos reais, superior a 20%.
87 anos? Por este andar, o Soares, apenas seis meses mais velho do que o Napolitano, ainda vai a tempo de se re-recandidatar à Presidência da República Portuguesa.
Na notícia destacam os indecisos, mas para mim o mais relevante é mesmo a liderança nas sondagens de Berlusconi. Por lá, também não deve faltar quem ache que o homem é «brilhante», que está «em plena forma», enfim, um «animal da comunicação». Estas observações, mais do que qualificarem aquele a quem se dirige, qualificam aqueles que as produzem e revelam, por serem em menor ou maior grau de aceitação geral, a cultura de um povo. Noutras latitudes, onde não foi, nem será, necessário recorrer à troika, tratariam estes «animais políticos» por aquilo que são: demagogos populistas. E seriam, sem apelo nem agravo, imediatamente chutados para um canto. Nos países latinos, por outro lado, são o exemplo perfeito do homem político de eleição. Perceba-se: só são bem sucedidos porque larga franja do eleitorado quer ver num político as qualidades que esta gente evidencia. Infelizmente, onde tanta gente vê qualidades, só vejo defeitos. Mas são animais, sim: cobras venenosas que devem ser mantidas à distância.
Mais de um em cada dez trabalhadores ganha o salário mínimo nacional: 485€. E é cada vez maior a proporção dos que só ganham isso. Mais de cinco em cada dez trabalhadores ganha menos do que 800€. E o salário mediano tem vindo a diminuir (os 800€ são uma estimativa por alto). Solução para a crise: aproximar ainda mais o salário mínimo do mediano. Efeito ao nível do desemprego: segundo os proponentes, pouco ou nenhum. É maravilhosa esta ideia da subida dos salários de uma dada economia por via de uma decisão administrativa do Estado, não é? Já agora, e para não vos maçar muito com a realidade, façam-me o favor de procurar outros países na zona Euro onde o salário mínimo represente mais de 60% do salário mediano, pode ser? Obrigado. É que posso não perceber nada disto, mas calculo que não seja por acaso que já está acima de 10% a percentagem de trabalhadores que não ganham mais do que o salário mínimo. Mas claro que os que dizem que o salário mínimo constitui uma barreira à entrada no mercado de trabalho, ou seja, um factor de agravamento do desemprego, só podem tratar-se de gente em delírio. Entre quem não delira, todos sabem que aumentar o salário mínimo só pode trazer benefícios.
Nota: em 1974, gente que não delirava acolheu apaixonadamente a ideia de uma economia de salários altos promovida por via administrativa e fixou um determinado salário mínimo ao seu gosto. Para azar dessa gente, um tal de Mário "Delirante" Soares chegou ao poder e num só ano, 1977, baixou esse mesmo salário mínimo em mais de 15%. Como? Inflação. Precisamente aquilo com que os que agora estão no poder pouco podem contar. Embora, repare-se: por pouca que seja a inflação, a cada ano que passa sem actualização do salário mínimo é um ano em que este, para todos os efeitos, baixa. Não baixa ao ritmo a que Soares conseguiu baixar (sim, porque em 1978 ainda conseguiu baixá-lo mais 6%), mas baixa.
«Não somos a Grécia. Gritavam os membros do atual Governo, há um ano, com alguma insistente sobranceria. Vendo as coisas, comparativamente, à luz de hoje, é caso para dizer, "antes fôssemos".» Vejamos as coisas, comparativamente: na variação percentual do PIB no terceiro trimestre deste ano quando comparado com trimestre igual do ano passado a Grécia caiu 7,2% contra 3,4% para Portugal; na taxa de desemprego a Grécia, em um ano, passou de uma taxa de 18,4% para uma de 25,4% quando em Portugal a subida foi de 13,7% para 16,3%; e, já agora, apesar das limitações do indicador, a percentagem da população em risco de pobreza ou exclusão social era no último ano de 31% na Grécia, o que representava uma subida significativa face a anos anteriores, enquanto em Portugal era de 24,4%, o que representava uma descida significativa face a anos anteriores. Dado isto, poderia ser dito: mas os gregos já percorreram um caminho que Portugal ainda está a percorrer. Nada mais errado: o défice, a dívida pública e até a previsão para crescimento económico em 2013 da economia grega têm valores piores do que os nossos. Claro que nada disto é de grande regozijo porque com o mal dos outros podemos nós bem e, não fosse a Grécia, a lanterna vermelha em quase todos estes indicadores éramos nós, mas só um lelé da cuca é que acha que seria preferível sermos a Grécia. Até porque o pior da Grécia é algo que não é medido por estes indicadores e que o dr. Soares traduz por um benigno «lá se arranjou o dinheiro necessário para dar à Grécia». Lá se arranjou forma da Grécia ficar na completa dependência da Europa sem acesso aos mercados por largos e largos anos. «Quando há vontade política, é assim que acontece.» Parece que a vontade de alguns senadores lelé da cuca é essa mesma: atirar-nos para a situação da Grécia, o que só pode ser entendido numa lógica de quanto pior, melhor. Deve ser isto que se entende por defesa do interesse nacional.