A aliança que nunca imaginei possível (e Cavaco também não)
Com acordo escrito entre PS, BE e PCP que desse garantias de estabilidade governativa para toda a legislatura, na minha modesta opinião, Costa devia ser imediatamente indigitado. Sem acordo escrito, tem de ser sujeito à necessidade de derrubar o governo formado por quem teve mais votos e conquistou mais deputados nas eleições. O importante é responsabilizar formalmente e inequivocamente Costa e o PS por qualquer solução que, dos resultados eleitorais, ponha o partido menos votado a governar. A partir dai, PSD e CDS só têm de aceitar tal resultado e assumirem o seu papel de partidos na oposição. Até porque seria inadmissível um governo de gestão. O Cavaco que para tudo avisou, só não imaginou que do resultado das legislativas poderia formar-se uma aliança contra a qual daria imenso jeito ter um Presidente com capacidade para ameaçar com a convocação de eleições antecipadas. Para o PS, com essa ameaça em cima da mesa, teria sido ainda mais difícil avançar para esta aliança improvável e de enorme risco com a extrema-esquerda.