A "elite" que não gosta do CM porque há peças do puzzle que preferia ver ignoradas
Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã, no P&C - num programa que, se dependesse do Galamba, tinha levado à demissão do director de informação da estação (fica o aviso para o futuro: é preciso ter cuidado com esta gente) -, iniciou o debate a malhar em Sousa Tavares (recordando-o que é apenas mais outro digno representante da "elite" onde todos dormem na cama uns com os outros) e acabou deixando novamente o agora opinador, que preza muito o seu passado de jornalista de investigação, acabrunhado por não ter uma única investigação incómoda para o poder nacional para exibir. O Correio da Manhã tem muitos defeitos, mas ao ter sido o único a noticiar a vida de luxo de Sócrates, tendo inclusive obrigado este a mentir despuradamente sobre o sítio de onde provinha o dinheiro para tal vida (o famoso empréstimo da CGD, lembram-se?), deu uma banhada a toda a restante imprensa. Mais: essas notícias não partiram de nenhuma fuga de informação da justiça, tendo sido antes trabalho de investigação puro do jornal. O CM teve a lucidez para ir atrás de uma história com muito sumo. Os outros preferiram tapar os olhos e aceitaram a mentira socrática. Se o CM erra muitas vezes e não é confiavel, à luz destes factos, os outros são mais confiáveis porquê, se ignoraram o que tinham debaixo do nariz? Talvez seja mais correcto assumir que ficamos tão melhor servidos quanto mais plural e diversa for a nossa imprensa. Sobretudo por isso, ainda bem que o Correio da Manhã, jornal que raramente leio, existe.