"Crise humanitária"
Muita gente que fala numa "crise humanitária" na Grécia e que considera que o FMI devia ser tolerante/solidário para com os governantes helénicos por respeito a isso mesmo, fazia bem em dar uma vista de olhos pelos 188 membros do fundo. O que não falta são países na listagem muito mais pobres do que a Grécia e, esses sim, com verdadeiras crises humanitárias. Chamar "crise humanitária" ao que se passa na Grécia é conversa eurocêntrica, de quem se deixa embalar com contos de crianças, e que não faz ideia do que fala. Aliás, a Grécia e o seu governo de extrema-esquerda radical se falharem o pagamento ao FMI até ao final deste mês, entram num clube restrito onde estão neste momento Sudão, Somália e Zimbabué. Que um país rico, para não tocar nas suas pensões ricas, dê o calote a uma instituição mundial a que outros muito mais pobres também recorreram, sem nunca terem falhado com as suas obrigações, só pode ficar mal na fotografia, por muito que alguns nos queiram convencer do contrário.