Da desonestidade política
Este senhor é o ministro da Segurança Social, mas para este senhor parece que só há um problema na Segurança Social se o PS também entender que o há. Este senhor não me quer dizer claramente se considera que há um problema de sustentabilidade da Segurança Social e muito menos revelar-me, existindo esse problema, a sua preferência para solucioná-lo: se alguns dos actuais pensionistas devem suportar a correcção do desequilibrio do sistema ou se todo o custo deve ser novamente atirado para cima das gerações mais novas. Este senhor, aproveitando a forma como a ministra das finanças colocou o problema, não é honesto. E é incompetente: porque foi ministro do sector durante todos estes anos e deixou a resolução de um problema grave para outro ministro no futuro (depreende-se pela sua posição pública que deve considerar que só um socialista está em condições de levar adiante a reforma do sistema). Enfim, no meio da forma pouco séria e obscura para onde se decide atirar o debate de um assunto tão importante quanto este - por exemplo, já reparam como não há números e estudos a suportar as posições dos nossos queridos governantes? -, pelo menos ganhamos em transparência numa coisa: esta posição ridícula deve-se, como é por demais evidente, ao CDS. Tem sido uma sina dos últimos quatro anos: foram muitas as vezes em que, no que à demagogia diz respeito, o CDS não se importou de andar de braço dado com o PS. Tudo em nome do santo eleitoralismo. E é em nome disso mesmo que questões importantes como esta não de devem discutir antes das eleições. «Falemos depois das legislativas».