Dar à Costa
Como por várias vezes escrevi, não esperava que António Costa decidisse colocar em causa a liderança de Seguro. Colocou: quando está longe de garantido que consiga tirar o poder no partido a Seguro e, perdendo, pode acabar por colocar em risco aquele que achava até hoje ser o seu principal objectivo: a Presidência da República. É, portanto, um acto de coragem. Resta esperar que vença. E digo isto porque apesar de Costa ser um adversário muito mais perigoso para o espectro político onde me situo, é, pelo menos na aparência, muito menos banana que Seguro. E Seguro foi banana até ao fim, quando não soube a propósito das europeias distanciar-se de Sócrates. António Costa, pelo contrário, não avançou há uns meses quando a sua candidatura seria colada a manobras socráticas e avança agora quando a coisa, pelo menos na aparência, parece um acto que parte sobretudo da sua vontade. Dito isto, ao actual líder do PS não resta outra alternativa que não a de permitir que Costa dispute com ele a liderança do partido. Não o permitindo, até pode acabar a disputar as legislativas como líder do PS, mas jamais deixará de ser um banana.