Dom Sebastião (1)
«Direita falhou no diagnóstico e na resposta», diz António Costa, numa crítica fortíssima aos governos de José Sócrates que começaram a aplicar forte e feio a austeridade, isto depois de terem aplicado, com os resultados que se conhecem, forte e feio a expansão keynesiana. Começa a ser recorrente este distanciamento de Costa em relação a Sócrates, há poucos dias fez o mesmo quando recordou que havia um acordo de concertação social para o salário mínimo que deixou de ser cumprido. Pois bem: o acordo foi patrocinado pelo governo socrático e quem deixou de o cumprir, embora dissimulando o incumprimento do mesmo (eram peritos nisso), foi precisamente esse mesmo governo socrático quando em 2011 limitou a subida do SMN para os 485€ (e não para os 500€ com que se havia comprometido). E deixou de o cumprir, por insistência de Teixeira dos Santos para insatisfação da ministra Helena André, porque na altura era já evidente o impacto deste no aumento do desemprego. De resto, Costa insiste em imitar Seguro, na vacuidade: «O que o país exige não é que mudemos o ritmo nem diminuamos a dose, o que o país nos pede é que façamos diferente, com uma alternativa clara a este Governo». Que alternativa é essa? Obras públicas? PPPs? Aumento do emprego público? Aumento do défice? Não se sabe: deve ser por isso que é clara, basta acreditar.